sábado, 3 de outubro de 2015

Oração pela Canonização dos Protomártires do Brasil






Senhor Jesus Cristo, o vosso sangue derramado
na cruz tornou-se a fonte sagrada que regou o testemunho dos
mártires brasileiros, mortos pela fé, nos primórdios de nossa
evangelização.
 Fazei que os bem-aventurados André de Soveral e Ambrósio
Francisco Ferro, sacerdotes, Mateus Moreira e os 27 leigos,
seus companheiros, sejam reconhecidos como santos pela
Igreja, para a vossa maior
glória e o fortalecimento de nossa fé,
Por sua intercessão pedimos a graça... Amém

03/10 - 370 Anos do Martírio de Uruaçu - Protomártires do Brasil

História
Em 16 de junho de 1645, o Pe. André de Soveral e outros 70 fiéis foram cruelmente mortos por 200 soldados holandeses e índios potiguares. Os fiéis estavam participando da missa dominical, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú – no município de Canguaretama (RN). O que motivou a chacina? A intolerância calvinista dos invasores que não admitiam a prática da religião católica: isso custou-lhes a própria vida.

A chacina de Cunhaú
O movimento de insurreição contra o domínio holandês começou em Pernambuco, mas, na capitania do Rio Grande do Norte, tudo parecia normal. Bastou, porém, a presença de uma só pessoa para que o clima se tornasse tenso: Jacó Rabe, um alemão a serviço dos holandeses. Ele chegara a Cunhaú no dia 15 de julho de 1645.A simples presença de Rabe e dos tapuias era motivo para suspeitas e temores. Suas passagens por aquelas paragens eram freqüentes, sempre acompanhado dos ferozes tapuias, semeando por toda parte ódio e destruição.

No dia 16 de julho, Domingo, um grande número de colonos estava na igreja, para a missa dominical celebrada pelo Pároco, Pe. André de Soveral.Após a elevação da hóstia e do cálice, erguendo o Corpo do Senhor, para a adoração dos presentes, a um sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da Igreja e se deu início à terrível carnificina. Foram cenas de grande atrocidade: os fiéis em oração, tomados de surpresa e completamente indefesos, foram covardemente atacados e mortos pelo flamengo com a ajuda dos tapuias e potiguares. Ao perceber que iam ser mesmo sacrificados, os fiéis não se rebelaram. Ao contrário, ‘entre mortais ânsias se confessaram ao sumo sacerdote, pedindo-lhe, com grande contrição, perdão de suas culpas.

Chacina de Uruaçu
Três meses depois aconteceu o martírio de mais 80 pessoas, e s empre pelas mãos dos calvinistas holandeses. Entre elas estava o camponês Mateus Moreira, que teve o coração arrancado pelas costas, enquanto repetia a frase: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. Isso aconteceu na Comunidade de Uruaçu, em São Gonçalo do A marante (a 18 km de Natal.Também desta vez tudo aconteceu sob o comando de Rabe, ajudado pelo chefe potiguar Antônio Paraopaba.A descrição da morte de Mateus Moreira é o ponto mais expressivo de toda a narrativa de Uruaçu e constitui um dos mais belos testemunhos de fé na Eucaristia, confessada na hora do martírio.
 
Processo de beatificação
Segundo Mons. Francisco de Assis Pereira, Postulador da Causa de beatificação desses Mártires, “a memória dos servos de Deus sacrificados em Cunhaú e Uruaçu, em 1645, permaneceu viva na alma do povo potiguar, que os venera como autênticos defensores da fé católica”. O processo de beatificação foi concedido pela Santa Sé, no dia 16 de junho de 1989, e, em 21 de dezembro de 1998, o Papa João Paulo II assinou o Decreto reconhecendo o martírio de 30 brasileiros, sendo dois sacerdortes e 28 leigos.Mons. Assis acompanhou o processo por mais de dez anos, reunindo documentos em pesquisas realizadas em Portugal, Holanda e no Brasil. Deste material resultou o livro Protomártires do Brasil, de sua autoria.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Cinco virtudes de São José que todo homem deveria ter

A vida dos santos precisa ser para nós como um livro vivo, no qual lemos as virtudes que têm sua fonte no próprio Cristo Pelo menos, este é o objetivo da Igreja quando se canoniza alguém: dizer aos cristãos que a santidade é possível e propor um caminho para ajudá-los a chegar a este propósito, fim de todo homem, criado à imagem e semelhança de Deus. Trata-se de vidas que se permitiram ser modeladas pela graça, a tal ponto que chegam a ser um anúncio da santidade de Deus mesmo. No mês de março, a Igreja nos propõe celebrarmos a solenidade de São José, pai adotivo de Jesus. Quais poderiam ser então as virtudes vividas por José, as quais todos os homens são chamados a imitar? Esta é uma tarefa um tanto quanto árdua, pois sua figura é marcada pelo escondimento e pela discrição.
O Catecismo da Igreja Católica diz que “a pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem” (CIC 1804). E o bem não poderia ser outra coisa senão a própria vontade de Deus. Ora, vemos no Evangelho segundo Mateus que José foi dócil a essa vontade. E nessa docilidade, vemos uma manifestação da virtude da fé, pois por meio dela, “o homem livremente se entrega todo a Deus” (CIC 1814). “Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa.” (Mt 1,24). Na busca de fazer sempre a vontade do Pai, podemos vislumbrar também em José a virtude da prudência, dado que esta « dispõe a razão prática a discernir, em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para realizá-los » (CIC 1806). Pois, afinal de contas, onde poderia estar nosso bem verdadeiro senão na prática da vontade de Deus?
Neste mesmo Evangelho, vemos uma outra virtude em São José: ele era um homem justo. O texto bíblico o diz explicitamente (cf. Mt 1,19). Este termo, dentro do contexto bíblico, vai muito além do significado de justiça que temos em nossas sociedades contemporâneas. Ele exprime a ideia de alguém que é fiel, «que observa a lei». E esta fidelidade à lei, esta observância gera, por consequência, uma retidão no agir, seja para com Deus, seja para com os homens. Vemos, então, a virtude da justiça : « A justiça é a virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido » (CIC 1807). Em sua vida, diante daquilo que Deus lhe pedia, José não poderia lhe dar outra a não ser a realização de sua santa vontade.
Podemos também afirmar que São José tinha a virtude da fortaleza, uma das quatro virtudes cardeais. Pois, a fortaleza consiste em tornar o homem capaz de ter «segurança nas dificuldades, firmeza e constância na procura do Bem» (CIC 1808). E diante do que José viveu com Maria, antes do nascimento de Jesus, a procura de um lugar para que ela desse à luz, e depois fugindo da perseguição de Herodes, sem a virtude da fortaleza, talvez José não tivesse suportado a pressão das dificuldades exteriores. Essa virtude também o ajudou a permanecer na procura deste Bem, ou seja, da vontade de Deus que lhe havia sido claramente manifestada.
Por fim, José foi aquele que viveu a virtude do amor. Sem ela, ele não teria assumido viver a vontade de Deus como ela se lhe apresentou. « A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso próximo como a nós mesmos, por amor a Deus » (CIC 1822). Ao amarmos o Senhor, amamos igualmente Sua vontade e assumimos firmemente todas as consequências que lhe são vinculadas. Desta maneira, podemos ver na vida de São José, mesmo que contada tão brevemente pelos evangelhos, a presença deste movimento de amor que o levou a amar a Deus até as últimas consequências.

Como saber se o pecado cometido me impede de comungar?

São Paulo expressou com contundência que nem todos estão em condições de receber a comunhão:

“Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação.” (1 Cor 11, 28-29) Estas palavras destacam a gravidade do assunto, mas não proporcionam um critério claro sobre quando uma pessoa é digna e quando não é. Por isso, esta questão também foi submetida a debate.

 Dá a impressão, no entanto, que os destinatários da carta – os coríntios – já tinham alguma ideia a respeito disso. Por isso, é importante ver as fontes conhecidas da vida da Igreja primitiva.
 
No final do século I ou começo do século II, foi escrita a chamada “Didaché” (ou “Doutrina dos Doze Apóstolos”), na qual se fala bastante da Eucaristia. Após indicar que o sacramento é somente para os batizados, acrescenta a seguinte frase: “Quem for santo, aceda; quem for menos, faça penitência”. Ainda que exija um esclarecimento posterior, este continua sendo um critério válido, à luz do qual se entende o que foi determinado.
 
Alguns podem objetar, e com razão: “Mas quem pode dizer que é santo?”. Livre de todo pecado, ninguém. Por isso, aproximar-se da comunhão deve ser penitencial, para purificar-nos ao máximo. O mais adequado é receber a comunhão quando já há uma comunhão da alma com o Senhor.
 
Mas há diversas situações, como também há diversos tipos de pecado. O pecado mortal rompe totalmente esta comunhão e, neste caso, a penitência requerida exige a recepção do sacramento da Penitência como condição prévia.
 
Por isso, o Código de Direito Canônico estabelece que, quem tiver consciência de estar em pecado grave, não celebre Missa (no caso de ser padre) nem comungue o Corpo do Senhor sem recorrer antes à confissão sacramental (n. 916).
 
Vale a pena esclarecer algo: não existe penitência verdadeira nem confissão válida sem propósito de emenda. Isso serve para entender por que algumas pessoas não podem receber a comunhão, já que vivem em uma situação habitual de pecado.
 
Mas ainda resta o pecado venial. Ninguém consegue escapar dele, e pretender estar livre de todo pecado venial é presunção.
 
Neste caso – quando se está em estado de graça, mas com pecados veniais –, a penitência é interior e está inclusa na liturgia. O pecado venial não impede a pessoa de comungar (pelo contrário: é alimento interior que dá forças para combatê-lo), mas, ao mesmo tempo, para participar dos sagrados mistérios, é preciso começar reconhecendo nossos pecados.
 
Isso é familiar para quem vai à missa com frequência, pois o ato penitencial faz parte da celebração (“Confesso a Deus todo-poderoso, e a vós, irmãos…”). Depois, a preparação imediata nos recorda que vamos comungar como convidados (“Felizes os convidados para a ceia do Senhor”) e que não somos dignos de receber Jesus (“Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada…”). De certa maneira, estas também são palavras de contrição.
 
É interessante observar que, mesmo na celebração da comunhão fora da santa missa, a liturgia é muito mais breve, mas inclui estas duas partes penitenciais, as mesmas. É importante recordar isso e renovar-nos na vivência da missa e de cada uma de suas partes!
 
Em resumo: para comungar, é preciso estar em graça de Deus. Mas, mesmo estando, nunca somos dignos de receber Jesus. Isso não é um obstáculo para comungar, mas a dignidade do sacramento exige que procuremos nos tornar o mais dignos possíveis.

domingo, 26 de julho de 2015

Culto ao Sagrado Coração de Jesus


De vez em quando, há uma fase em que parece haver um domínio de intelectualismo e racionalismo em áreas cristãs e até católicas. Em nome de austeridade, simplicidade evangélica ou até ecumenismo começa um desprezo pelas "devoções populares". Assim aconteceu nos séculos XVI e XVII. São João Eudes deu o grito de alerta e colocou a devoção ao Coração de Jesus no centro da vida de suas congregações, conseguindo Missa e Ofício para elas (1670). Antes, na Idade Média, Santas Gertrudes e Matilde, ambas beneditinas, o tinham antecipado.

Em 1675, uma filha espiritual de São Francisco de Sales, a futura Santa Margarida Maria, recebeu a graça (para ela e para nós!) das aparições de Jesus, destacando Seu Coração. Assim o amor de Deus, tornado visível no símbolo do coração, descia das alturas das especulações e das reflexões abstratas, para a verdade do amor encarnado! Jesus pediu a uma religiosa de clausura, muito humilde, que fizesse instituir uma festa litúrgica em honra do Sagrado Coração na 1ª sexta-feira depois do 2º domingo de Pentecostes (na época!). Por incrível que pareça, o Papa Clemente XIII aprovou a festa e o Ofício do Coração de Jesus. Em 1856, o Bem-aventurado Papa Pio IX estendeu a celebração para toda a Igreja. Finalmente, Pio XI, em 1929, fez compor nova Missa e Ofício para a solenidade.

Há um belo hino para as Laudes. Saboreie!
Jesus, autor da clemência,/ gozo, esperança
e perdão,/ fonte de graça e doçura,/
delícia do coração!
Do penitente, esperança,/ ao suplicante
atendeis./ Sois bom com quem vos
procura,/ se Vos achar, que sereis?
O Vosso Amor, ó Jesus,/ doce alimento
da mente,/ sem dar fastio, sacia,/ gerando
fome crescente.
Ó muito amado Jesus,/ da alma ansiosa
esperança,/ o coração num clamor,/
chama por Vós, não descansa.
Ficai conosco, Senhor,/ nova Manhã
que fulgura/ e vence as trevas da noite,/
trazendo ao mundo a doçura.
Jesus, suprema clemência,/ dos corações
suavidade,/ o Vosso Amor nos impele,/
incompreendida Bondade!
Jesus, ó Flor da Mãe Virgem,/ encanto,
amor, sumo Bem,/ a Vós louvor para
sempre/ no Reino Eterno, amém!

Nova logomarca do Apostolado da Oração do Brasil

O Apostolado da Oração (AO) do Brasil agora tem nova logomarca, com design inovador e traços simples. O principal objetivo é criar uma identidade única para o AO e ser difundido entre os núcleos espalhados por todo o país.

O lançamento oficial aconteceu durante a 38ª Romaria Anual do AO no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, nos dias 13 e 14 de junho. A apresentação foi realizada pela assessora de marketing e comunicação, Angélica Cunha, que falou sobre o desafio de trabalhar no desenvolvimento do briefing.

"Creio que o desafio de criar a nova logomarca era buscarmos unir esse momento da Recriação do AO e a tradição da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. A ideia que desejamos transmitir por meio da nova logomarca é: um Coração sempre novo, que acompanha as mudanças dos tempos, mas sem perder a sua essência. Que todos, ao olharem para essa marca, de pronto reconheçam nela o Apostolado da Oração do Brasil".

Para a criação da nova logomarca, desenvolvida por Rayniere Evangelista, assistente de marketing de Edições Loyola, foram considerados elementos importantes para o movimento e que retratassem o significado da devoção ao Coração de Jesus como, por exemplo, o amor, o sacrifício e a simplicidade.

Dentro do novo layout da marca existem três elementos em destaque, os quais estão especificados a seguir:

1. O Coração estilizado: símbolo do amor, sinal que o próprio Jesus escolheu para difusão da devoção ao seu Sagrado Coração.
2. O círculo semiaberto: o arco superior representa o Divino. O arco inferior representa todos os membros do AO, o povo de Deus, e todos os esforços realizados para testemunhar o Evangelho e levar em frente a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. O círculo, em suas laterais, quase une-se totalmente, e representa também o mundo, pois é uma devoção mundial.
3. A Cruz: o ápice do amor de Cristo por nós. Os nossos sacrifícios do dia a dia. Simboliza também a fé e as orações. A abertura maior na parte inferior, do lado esquerdo, dá sentido de movimento e representa a caminhada e a missão de propagar a devoção.

O Logotipo tem letra legível e de fácil aplicação. A palavra "oração" foi colocada em destaque para lembrar o diferencial do Apostolado, que reza junto ao Papa, à Igreja e aos membros do AO-MEJ do mundo inteiro.

As cores também foram estudadas para a utilização. A junção delas, dos desenhos e da tipografia procura traduzir a espiritualidade e apresenta modernidade à logomarca, sem perder a seriedade proposta pelo Apostolado da Oração.

Texto: Vanessa Fonseca

O Fundamentalismo…Cristão! Pastor faz fiéis comerem cobra e garante: “Vai virar chocolate”. Que falta faz O Magistério focado na fé e na razão!

O pastor Penuel Tshepo, que se auto intitula “profeta”, é líder do ministério Discípulos do Final dos Tempos. Em sua igreja na cidade de Pretória, na África do Sul, ele já fez muitas coisas polêmicas, como ensinar as pessoas a tirar as roupas para que ele pudesse sentar sobre seus corpos nus para orar por elas por cura.
Novamente ele chamou atenção da imprensa por fazer algo bizarro no culto. Segundo o jornal inglês Metro ele está fazendo os fiéis engolirem cobras vivas. Mais estranho ainda é o fato de ele ensinar que elas se transformarão milagrosamente em chocolate em contato com a boca.
Em sua página no Facebook, Penuel justifica que tudo isso funciona por causa da fé dos seus seguidores. Seu ensino é que o crente possui “autoridade” para mudar qualquer coisa e isso acontece quando se aprende a exercer essa autoridade.
Existem várias fotos e depoimentos sobre a prática. “Eu fiz o que me mandaram. Comi e senti gosto de chocolate. Era diferente, mas era bom”, afirmou um fiel.
Outro membro da igreja, explica “Eu não tinha muita segurança da primeira vez, mas quando mordi a cobra, percebi que era o melhor chocolate que já havia comido”.
No Facebook, o texto que acompanha as fotos diz que é uma demonstração do poder de Deus e cita inclusive o versículo de Romanos 14:2 “Um crê que pode comer de tudo; já outro, cuja fé é fraca, come apenas alimentos vegetais”.
O controverso Penuel já ensinou os membros de sua igreja a beber gasolina e comer pedaços de pano para serem abençoados.  Esse tipo de prática parece ser popular em igrejas de Pretória.
Ano passado o pastor Lesego Daniel, do Ministério Centro Raboni, na mesma região, ficou mundialmente conhecido por ensinar os fiéis de sua congregação a comer grama por que, desta maneira, poderiam estar “mais perto de Deus”.

A milagrosa cura de Santa Teresinha da Depresão através de Nossa Senhora do Sorriso


                    O Milagre de Nossa Senhora do Sorriso

Paulina, sabendo da doença, intensificou as orações a Nossa Senhora, junto com as irmãs do Carmelo. O pai de Terezinha, muito devoto de Nossa Senhora das Vitórias, mandou rezar uma novena de missas em sua intenção e colocou ao lado de sua cama a imagem de Nossa Senhora das Vitórias. E todos da família começaram a rezar para a menina doente.
Na sua autobiografia, intitulada “História de uma Alma”, a jovem Santa Terezinha relatou admiravelmente que foi curada de sua doença graças à intervenção de Nossa Senhora:
“No dia 13 de maio de 1883, festa de Pentecostes, do meu leito, virei meu olhar para a imagem de Maria, e de repente a imagem pareceu-me bonita, tão bonita que nunca tinha visto nada semelhante. Seu rosto exalava uma bondade e ternura inefáveis, mas o que calou fundo em minha alma foi o sorriso encantador da Santíssima Virgem. Todas as minhas penas se foram naquele momento, e lágrimas escorreram de meus olhos, de pura alegria. Pensei, a Santíssima Virgem sorriu para mim, foi por causa das orações que eu tive a graça do sorriso da Rainha do Céu.”

Devoção a Nossa Senhora do Sorriso

Santa Terezinha, intuitivamente, passou a chamar a imagem de Virgem do Sorriso. Por isso, a devoção iniciou mesmo em sua própria casa, junto dos membros de sua família. Depois disso, claro, ela levou esta linda devoção para o Carmelo da cidade de Lisieux. Lá, a jovem santa  entrou com 15 anos, depois que o Papa Leão XIII deu autorização especial. Após a morte de Santa Terezinha, a devoção começou a ser divulgada por todos os conventos Carmelitas e também fora dos conventos, por todo o mundo todo.

A imagem de Nossa Senhora do Sorriso

A escultura original de Nossa Senhora do Sorriso tem aproximadamente 1 metro de altura. Ela é a reprodução perfeita da obra de um artista chamado Bouchardom. A imagem ficou em frente à enfermaria do Carmelo até quando Santa Terezinha, muito jovem ainda, com 24 anos morreu, no ano de 1897. Hoje, a imagem original está na Igreja do Carmelo francês de Lisieux, onde Santa Terezinha viveu e morreu. A imagem fica sobre uma cripta de vidro onde estão depositadas suas relíquias. A comemoração de Nossa Senhora do Sorriso acontece no dia 15 de agosto.

Oração a Nossa Senhora do Sorriso

Ó Maria, mãe de Jesus e nossa, que, com um claro sorriso vos dignastes consolar e curar vossa filha Santa Terezinha do Menino Jesus, da depressão, devolvendo-lhe a alegria de viver, e o sentido da sua existência em Cristo Ressuscitado. Ó Virgem do Sorriso, olha com maternal afeto para tantos filhos e filhas que sofrem com a depressão, transtornos e síndromes psiquiátricas e males psicossomáticos.
Que Jesus Cristo cure e dê sentido à vida de tantas pessoas, cuja existência as vezes esta deteriorada. Maria, que seu belo sorriso não deixe que as dificuldades da vida obscureçam nosso ânimo. Sabemos que só o seu filho Jesus pode satisfazer  os anseios mais profundos no nosso coração. Maria, mediante a luz que brota de seu rosto, transparece a misericórdia de Deus. Que seu olhar nos acaricie, e nos convença que Deus,  nos ama e nunca nos abandona. A sua ternura renove em nós, a auto estima, a confiança nas próprias capacidades, o interesse pelo futuro e o desejo de viver feliz. Que os familiares dos que sofrem com depressão ajudem no processo de cura, nunca os considerando farsantes da enfermidade com interesses de comodidade, mas os valorizem, escutem, compreendam e os animem. Virgem do Sorriso, alcance-nos de Jesus, a verdadeira cura, e livra-nos de alívios temporários e ilusórios. Curados, comprometemo-nos a servir com alegria, disposição e entusiasmo Jesus, como discípulos  missionários, com nosso testemunho de vida renovada. Amém. 

26 de Julho - Sant'Anna e São Joaquim

Ana e seu marido Joaquim já estavam com idade avançada e ainda não tinham filhos. O que, para os judeus de sua época, era quase um desgosto e uma vergonha também. Os motivos são óbvios, pois os judeus esperavam a chegada do messias, como previam as sagradas profecias.

Assim, toda esposa judia esperava que dela nascesse o Salvador e, para tanto, ela tinha de dispor das condições para servir de veículo aos desígnios de Deus, se assim ele o desejasse. Por isso a esterilidade causava sofrimento e vergonha, e é nessa situação constrangedora que vamos encontrar o casal.

Mas Ana e Joaquim não desistiram. Rezaram por muito e muito tempo até que, quando já estavam quase perdendo a esperança, Ana engravidou. Não se sabe muito sobre a vida deles, pois passaram a ser citados a partir do século II, mas pelos escritos apócrifos, que não são citados na Bíblia, porque se entende que não foram inspirados por Deus. E eles apenas revelam o nome dos pais da Virgem Maria, que seria a Mãe do Messias.

No Evangelho, Jesus disse: "Dos frutos conhecereis a planta". Assim, não foram precisos outros elementos para descrever-lhes a santidade, senão pelo exemplo de santidade da filha Maria. Afinal, Deus não escolheria filhos sem princípios ou dignidade para fazer deles o instrumento de sua ação.

Maria, ao nascer no dia 8 de setembro de um ano desconhecido, não só tirou dos ombros dos pais o peso de uma vida estéril, mas ainda recompensou-os pela fé, ao ser escolhida para, no futuro, ser a Mãe do Filho de Deus.

A princípio, apenas santa Ana era comemorada e, mesmo assim, em dias diferentes no Ocidente e no Oriente. Em 25 de julho pelos gregos e no dia seguinte pelos latinos. A partir de 1584, também são Joaquim passou a ser cultuado, no dia 20 de março. Só em 1913 a Igreja determinou que os avós de Jesus Cristo deviam ser celebrados juntos, no dia 26 de julho.

terça-feira, 14 de julho de 2015

14/07 - Dia de São Camilo de Léllis

Nasceu no ano de 1550 na Itália. Filho de pai militar, também seguiu essa carreira, mas não pode prosseguir devido a um tumor em um dos pés. Recorreu ao hospital de São Tiago em Roma, onde viveu sua compaixão pelos outros doentes.
Porém, ele deu um ‘sim’ ao pecado, entregando-se ao vício do jogo, onde perdeu tudo e ficou na miséria total. Saiu do hospital devido o seu temperamento. Foi de hospital em hospital para cuidar de sua ferida, até bater na porta dos franciscanos capuchinhos e ali quis trabalhar na obra de Deus.
Com 25 anos começou o seu processo de conversão. No hospital em Roma, Deus suscitou nele a santidade de ver nos doentes a pessoa de Cristo e também o carisma dos ‘Camilianos’. Camilo também viveu uma bela amizade com São Felipe Néri.
Entrou para os estudos, foi ordenado sacerdote, e vendo a realidade dos peregrinos de Roma, que não tinham uma assistência médica digna, foi brotando nele o carisma de servir a Cristo na pessoa do doente, do peregrino. E muitos se juntaram a ele nessa obra. Em cada sofredor está a presença do Crucificado.

Vaticano teria banido aparições públicas, testemunhos, e provavelmente também as mensagens dadas aos videntes de Medjugorje

A vidente Marija Pavlovic Lunetti despediu-se ontem em um encontro em que daria o seu testemunho e teria a sua aparição diária junto com os fiéis reunidos em Pádua no dia 11 de julho de 2015.
Ao terminar o encontro a vidente explicou que recebeu uma carta da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano que impede a ela e a todos os videntes de darem testemunho e dizerem que tem aparições de Nossa Senhora.
O jornal IL MATTINO de Pádua noticiou hoje a despedida da vidente Marija de suas aparições públicas:
http://mattinopadova.gelocal.it/padova/cronaca/2015/07/11/news/preghiere-vietate-alla-veggente-marija-1.11758522?refresh_ce
Segundo o site Medjugorje Today (www.medjugorjetoday.tv) , esta restrição também se aplicará as aparições públicas da vidente Mirjana no dia 2 de cada mês incluindo a divulgação das mensagens de Nossa Senhora.
A restrição Vaticana provavelmente se estenderá a divulgação das mensagens de Nossa Senhora pois pelo que evidenciou a vidente Marija em seu encontro em Pádua, a Comissão Vaticana chegou às mesmas conclusões da Comissão anterior dos bispos da ex-Iugoslávia onde não podem afirmar que se tratam de manifestações sobrenaturais.

terça-feira, 7 de julho de 2015

116 de Fundação do Apostolado da Oração da Paróquia de Acari





 O Apostolado da Oração comemora 116 anos de fundação, relembrando as tradições e práticas católicas do nosso povo, manifestadas por tantas gerações, em que pessoas e famílias demonstravam toda sua devoção e amor ao Coração de Jesus e a Igreja, deixando um legado de fé que ainda permanece vivo em nossa comunidade.
Ao longo do tempo, podemos citar práticas de zeladores e zeladoras que ainda hoje são cultuadas em nossa igreja: a recitação do terço e novenário. Exemplos vivos da devoção Mariana acentuada principalmente nos meses de maio; agosto - Festa da Padroeira Nossa Senhora da Guia; dezembro - Festa do Rosário; as procissões; os ritos da semana santa; as festas do calendário religioso; as missas e eucaristia; a celebração das primeiras sextas - feiras de cada mês - momento em que é realizado a sessão mensal.
Temos também a atuação dos membros do Apostolado da Oração nas celebrações da campanha da fraternidade; do Natal em família; assim como nos trabalhos pastorais desenvolvidos na paróquia conjuntamente com toda a comunidade.
116 anos passaram-se, nas muitas marcas ficaram registradas. Nas lutas, na crença, na esperança de construir o reino de Deus já aqui na terra, em histórias de vida e testemunho de gente simples de coração grande que se entrega ao amor maior do Coração de Jesus. Jovens e adultos das mais diversas idades se irmanam e professam a mesma fé puro dom de Deus.

Texto do Centenário: Maria das Vitórias de A. Macêdo, Zeladora e Historiadora
Adaptação: Thiago Fernandes de Brito, Zelador e Presidente do AO

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Corpos incorruptos, embalsamados e múmias naturais: existem diferenças!

O QUE É UM CORPO INCORRUPTO?
Os corpos de santos (ou partes de seus corpos) expostos ou guardados em nossas capelas e igrejas podem estar preservados por um desses três fatores:
  • milagre;
  • tratamento químico (embalsamamento ou outra técnica);
  • preservação acidental natural (pela secura extrema do ambiente ou outros fatores).
O corpo miraculosamente incorrupto é aquele que foi encontrado intacto anos após o seu sepultamento. Não pode ter sido submetido a técnicas de preservação química, e seu estado não pode ser explicado por condições naturais do ambiente.
Os casos de corpos incorruptos são numerosos entre os santos católicos. Não são prova de santidade – pois grandes santos tiveram seu corpo completamente decomposto – mas certamente são um belo sinal de Deus, e têm seu peso nos processos de beatificação e canonização.
Seguindo essa definição, não se pode afirmar, por exemplo, que o venerável corpo de São Pio de Pietrelcina está incorrupto, como tantos acreditam. É verdade que, ao ser exumado, o corpo foi encontrado estava em bom estado de conservação – o que pode ser explicado pelo caixão triplo e outras condições do túmulo – mas já apresentava marcas relevantes de decomposição.
O porta-voz dos capuchinhos, Frei Antonio Belpiede, informou à imprensa o parecer da equipe médica que trabalhou na exumação do corpo do santo: “O corpo está bem conservado apesar dos 40 anos de sua morte. Os ossos estão bem ligados, ainda existem tecidos em volta deles; porém, não existe nada de extraordinário ou miraculoso”.
Talvez o Frei Belpiede tenha exagerado ao dizer que não havia “nada de extraordinário ou miraculoso” em relação ao corpo de Padre Pio. Um fenômeno incomum chamou a atenção dos médicos: não se verificou mau-cheiro ao abrir o caixão, apesar da grande umidade.
Antes de expor essa comovente relíquia aos fiéis, na igreja de San Giovani Rotondo, os especialistas cobriram o rosto do santo com uma máscara de silicone e trataram o corpo quimicamente, para impedir a sua deterioração.
A PRUDÊNCIA DA IGREJA
Há uma porção de sites católicos divulgando fotos de corpos de santos, garantindo que se tratam todos de corpos incorruptos. Muitos o são, de fato, mas nem todos. Na verdade, alguns são somente múmias ressequidas por algum fenômeno natural, outros passaram por algum processo de embalsamamento antes de serem sepultados. E alguns, ainda, são apenas imagens de cera contendo relíquias – como é o caso do Beato José del Río.
É claro, a visão desses corpos é cativante e impressiona, mas um pouco de ceticismo é bom para a fé. Ser cético não é duvidar por orgulho ou falta de simplicidade do coração, é pedir motivos razoáveis para crer. É parte integrante da fé católica a PRUDÊNCIA para com qualquer suposto fenômeno sobrenatural. A fé, ao contrário do que muitos pensam, não abre mão da razão.
Um exemplo recente dessa prudência ocorreu em 2001, quando o corpo de São João XXIII foi exumado, e encontrado intacto 38 anos após a sua morte. Os fiéis mais empolgados logo gritaram “milagre!”, mas o Vaticano esclareceu que não havia nada de sobrenatural no fato. Segundo a Rádio Vaticana, o corpo do papa não foi embalsamado, mas recebeu um tratamento químico para ser preservado da decomposição.
CORPOS INCORRUPTOS DE OUTRAS RELIGIÕES?
Tentando desprezar ou diminuir esse milagre, muitos dizem que o fenômeno dos corpos incorruptos não é exclusivo dos santos católicos, e acontece também a membros de outras religiões. Não é bem assim… Na verdade, o que vemos por aí são alguns poucos casos de múmias ressequidas – os primos do Mumm-Ha – ou de corpos que passaram por algum processo intencional de preservação.
 m dos casos mais famosos e recentes é o do Lama Itigelov, (imagem acima) que teria alcançado a auto-mumificação por meio da sua vida ascética. Ele foi exumado em 2002, e estava em bom estado de conservação. O que poucos dizem é que o relatório de um patologista presente na exumação observou que o corpo tinha um alto nível de sais de bromo. É claro: cumprindo com um dos últimos desejos de Itigelov, seu corpo tinha sido enterrado embalado em água salgada, um desidratante utilizado há milênios para preservar a carne.
Além disso, Itigelov  usou uma técnica chamada sokushinbutsu, que consiste em uma série de procedimentos que, por efeito puramente físico e nada sobrenatural, levam à morte e mumificação (sim, é uma forma de suicídio). O sokushinbutsu foi praticado por séculos por alguns monges budistas, até ser proibido pelo governo do Japão, no século XIX.
O CORPO INCORRUPTO MAIS CÉLEBRE
Entre os numerosos casos de corpos de santos incorruptos, o mais famoso é o de Santa Bernadette, a vidente de Lourdes. Trata-se de um fenômeno ricamente documentado. Está exposto em uma urna de cristal na capela do convento de Saint-Gildard, na cidade de Nevers, França.
Trinta anos após o velório da santa, em 1909, foi realizada a primeira exumação, com a presença de autoridades médicas. Os doutores Ch. David e A. Jordan atestaram que o corpo estava intacto, havendo apenas rigidez cadavérica. Outra exumação foi realizada dez anos depois, quando o Dr. Comte atestou que o corpo permanecia intacto, mas praticamente mumificado. O perito retirou duas costelas e um pedaço do diafragma como relíquias, a pedido do bispo. Em 1923, foi realizada uma terceira exumação, em que o médico retirou mais relíquias. O Dr. Comte verificou, então, que o fígado da santa estava macio e em prefeito estado, o que realmente não é normal.

CORPO INCORRUPTO, MAS NÃO PARA SEMPRE
O fenômeno da incorrupção não deve ser entendido como se o corpo nunca fosse se desfazer, mas apenas como uma demora maior para que isso aconteça. Eventualmente, todos os corpos se desfarão. Só que os corpos de santos incorruptos levam muito tempo para isso, e o fazem sem deixar cheiro desagradável.
Mas, de modo geral, os corpos incorruptos de santos permanecem por muitos anos como “mortos vivos”: as órbitas oculares e órgãos internos se apresentam íntegros (como foi o caso de Santa Catarina de Labouré); alguns até mesmo são flexíveis e não apresentam rigidez cadavérica (como foi o caso de São Charbel). Porém, a manipulação desses corpos – seja para a retirada de relíquias, seja para autópsias que comprovem o milagre – acaba adiantando a sua deterioração, que aconteceria mais cedo ou mais tarde.
Este foi o caso de São Francisco Xavier. Em 1552, ele foi enterrado na Ilha de Sanchão, próxima à China. Seus companheiros queriam que o corpo se desfizesse o mais rápido possível, para que pudesse ter transladado para outro local; por isso, colocaram vários sacos de cal (substância altamente corrosiva) sob e sobre o corpo. Entretanto, sendo desenterrado meses depois, o corpo permanecia em perfeito estado.
E assim o corpo de São Francisco Xavier permaneceu, miraculosamente intacto, flexível e rosado, por mais de 60 anos! Mas a sanha pelas relíquias acabou por destruir a beleza dessa relíquia única: as autoridades de Roma solicitavam partes do corpo para serem veneradas em suas igrejas. Em 1614, amputaram-lhe o braço direito, para que este fosse levado para junto do corpo de Santo Inácio de Loyola; o corpo teve uma hemorragia e começou a ressecar.
Em 1636 arrancaram mais algumas partes do corpo do padroeiro das missões, inclusive órgãos internos. Foi então que ele virou uma múmia feia de assustar, mas, ainda assim, muito amada pelo povo de Goa, onde a relíquia eventualmente é exposta.
Para quem quiser estudar o assunto dos corpos incorruptíveis mais a fundo, recomendamos o livro “The Incorruptibles”, de Joan Caroll Cruz.

Altar de rituais satânicos é retirado provisoriamente do caminho do Papa na Bolívia

Operários bolivianos retiraram o altar para rituais satânicos e oferendas a entidades andinas da estrada que liga as cidades de La Paz e El Alto, por onde o papa Francisco passará na visita que fará ao país na semana que vem.
A “Curva del Diablo”, que normalmente abriga dezenas de velas e outros elementos usados nos eventos, estava hoje como qualquer outra parte da rodovia. Homens da prefeitura de La Paz e da Administradora Boliviana de Estradas (ABC) limparam o lugar e colocaram algumas pequenas plantas onde antes ficava o altar improvisado.
Membros da “Waka Katari”, um grupo que promove rituais andinos no local, ajudaram nos trabalhos e suspenderam os rituais até o fim da visita do papa à Bolívia, explicou à Agência Efe uma das integrantes, identificada apenas como Adriana. Segundo ela, o lugar é, na realidade, uma “waka”, local considerado sagrado na cultura andina e “não possui energia negativa”, ao contrário do que pensam as pessoas.
Na última segunda-feira, o grupo fez um ritual para pedir permissão para organizar o lugar e os integrantes se organizaram em turnos para garantir que ninguém usará o local nos próximos dias.
“Pedimos que respeitem o lugar por dez dias para que não haja enfrentamentos, porque se a prefeitura ou a ABC fizessem sozinhas o trabalho certamente haveria enfrentamentos e mortes”, indicou.
O papa Francisco visitará a Bolívia entre os dias 8 e 10, como parte de uma viagem pela América do Sul, que também inclui o Equador e o Paraguai. O pontífice chegará a El Alto, situada a 4 mil metros acima do nível do mar, e de lá irá a La Paz, a 3.600 metros de altitude, passando pela estrada em um veículo descoberto.
Há algumas semanas, as autoridades anunciaram limpariam a “Curva del Diablo” por conta da chegada do papa. Porém há três anos, o governo derrubou um altar de cimento que existia no lugar, depois que um corpo foi encontrado nas proximidades e a polícia suspeitou que o caso tivesse relação com os rituais.
No começo deste ano, organizações em defesa dos animais denunciaram que alguns bichos, como coelhos, cachorros e gatos, estavam sendo sacrificados em cerimônias satânicas na “Curva del Diablo”. Muitos dos ritos dos grupos supostamente satânicos aparecem misturados as crenças dos povos indígenas sobre o sacrifício de animais, particularmente lhamas, dedicadas à Mãe Terra para pedir boas colheitas e prosperidade.
A integrante do “Waka Katari” negou que as cerimônias sejam satânicas ou que tenha a participação de animais. Segundo ela, eles promovem apenas ritos ancestrais andinos.

Cinco Santos que lutaram contra o demônio

O mundo espiritual é real e nele ocorrem verdadeiros combates. Em algumas partes da bíblia são mencionadas as lutas que existem contra o demônio e a carne, porque quanto mais próxima a Deus a pessoa, mais será tentada.
A seguir, foram selecionadas algumas histórias pela página ChurchPop.com, o objetivo destas histórias não e gerar medo, mas serve como advertência de que Satanás e as tentações ao pecado são reais, embora geralmente não sejam visíveis.
Antes queremos deixar duas passagens bíblicas para entender melhor o contexto: “Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. (Efesios.6, 11-12)
“Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar”. (1 Pedro 8)
1) Santo Antão ‘o Grande’: “O leão rugia, desejando atacar”
Este santo viveu durante os séculos III e IV. Foi um dos primeiros monges a retirar-se ao deserto para viver entregue ao jejum e à oração. A Igreja conhece sua história graças ao seu biógrafo São Atanásio.
“Quando visitávamos Santo Antão nas ruínas onde vivia escutava tumulto, muitas vozes e o choque de armas. Também viam que durante a noite apareciam bestas selvagens e o santo combatia contra elas através da oração”, conta Atanásio.
Numa certa ocasião, aos seus 35 anos, Santo Antão decidiu passar a noite sozinho numa tumba abandonada. Então apareceu ali um grupo de demônios e o feriram. Os arranhões do demônio lhe impediram levantar-se do chão. O ermitão comentava que a dor causada por essa tortura demoníaca não podia ser comparada com nenhuma ferida causada pelo homem.
No dia seguinte, um amigo seu o encontrou e o levou ao povoado mais próximo para curá-lo. Entretanto, quando o santo recuperou os sentidos pediu ao seu amigo que o levasse de volta à tumba. Ao deixá-lo, Santo Antão gritou: “Sou Antão e aqui estou. Não fugirei de suas chicotadas e de nenhuma dor ou tortura me separará do amor de Cristo”. São Atanásio relata que os demônios retornaram e ocorreu o seguinte:
Escutou-se uma trovoada, parecia o barulho de um terremoto, que sacudiu o lugar inteiro e os demônios saíram das quatro paredes em formas monstruosas de animais e répteis. O lugar desta maneira ficou cheio de leões, ursos, leopardos, touros, serpentes, víboras, escorpiões e lobos. O leão rugia, querendo atacar; o touro se preparava para atacar com seus chifres; a serpente se arrastava procurando um lugar de ataque e o lobo rosnava ao redor dele. Todos estes sons eram assustadores.
Embora Santo Antão arquejasse de dor, enfrentou os demônios dizendo: “se vocês tivessem algum poder, bastava que somente um de vocês viesse, mas como Deus os criou fracos, vocês querem me assustar com a quantidade de demônios: e o que comprova a sua debilidade é que adotaram a forma de animais irracionais”.
“Se forem capazes, e se tiverem recebido um poder de ir contra mim, ataquem-me de uma vez. Mas se não são capazes, porque me perturbam em vão? Porque minha fé em Deus é meu refúgio e a muralha que me salva de vocês”.
De repente, o teto do lugar foi aberto e uma luz brilhante iluminou a tumba. Os demônios desapareceram e as dores pararam. Quando percebeu que Deus o salvou, ele rezou: “Onde estavas? Por que não apareceste desde o começo e me liberaste das dores? ”.
Deus respondeu-lhe: “Antão, eu estava ali, mas esperei para ver-te brigar. Vi como perseveraste na luta, e não caíste, sempre estarei disposto socorrer-te e o teu nome será conhecido em todas partes”.
Depois de escutar as palavras do Senhor, o monge se levantou e orou. Então recebeu tanta força que sentiu que no seu corpo tinha mais poder do que antes.
2) São Padre Pio: “Estes demônios nunca deixam de golpear-me”
Foi um sacerdote italiano que nasceu no final do século XIX e morreu em 1968. Embora realizasse muitos milagres e recebesse os estigmas, o Padre Pio também sofreu ataques frequentes do demônio.
Segundo o Pe Gabriele Amorth, famoso exorcista da diocese de Roma, “a grande e constante luta na vida do santo foi contra os inimigos de Deus e as almas, pois tratou de capturar sua alma”. Desde sua juventude o Padre Pio teve visões celestes, mas também sofreu ataques infernais. O Pe. Amorth explica:
“O demônio aparecia algumas vezes em forma de um gato negro e selvagem, ou de animais repugnantes: era clara a intenção de incutir o terror. Outras vezes aparecia na forma de jovens moças nuas e provocativas, que dançavam de modo obsceno; era clara a intenção de tentar o jovem sacerdote na sua castidade. Entretanto, o pior perigo era quando Satanás tentava enganar Padre Pio aparecendo como se fosse seu diretor espiritual ou aparecendo em forma de Jesus, da Virgem ou de São Francisco”.
Esta última estratégia, quando o diabo aparecia em forma de alguém bom e santo, era um problema. Isso aconteceu quando o Padre Pio percebeu que as visões eram falsas: notou certa timidez quando a Virgem e o Senhor lhe apareceram, seguida de uma sensação de paz quando a visão terminou. Além disso, disfarçado de uma forma sagrada, o diabo lhe provocou um sentimento de alegria e atração, mas quando ia embora, ele ficava triste e arrependido.
Satanás também buscava feri-lo fisicamente. O sacerdote descreveu estas dores em uma carta à um irmão, quem era seu confidente:
“Estes demônios nunca deixam de atacar-me, inclusive fazem com que eu caia da cama. Também rasgam minhas vestimentas para açoitar-me! Mas já não me assustam porque Jesus me ama e ele sempre me levanta e me coloca novamente na minha cama”.
O Padre Pio é testemunho de que se uma pessoa estiver perto de Deus não terá que temer a presença do demônio.
3) Santa Gema Galgani: “Suas garras brutais”
Esta Santa italiana foi uma mística que teve experiências espirituais maravilhosas.
Numa carta dirigida a um sacerdote escreveu: “Durante dois dias, depois de receber a Santa Comunhão, Jesus me disse: “minha filha, em breve o diabo começará uma guerra contra ti”. Estas palavras são repetidas constantemente no meu coração. Reze por mim por favor”.
Ela percebeu que a oração era a melhor maneira de defender-se contra os ataques do demônio. Em vingança, Satanás lhe atacava com fortes dores de cabeça para impedir que durma. Entretanto, apesar das fadigas Gema perseverou na oração:
“Quantos esforços este miserável faz para que eu não reze. Ontem tentou me matar, e quase conseguiu, mas Jesus veio e me salvou. Estava assustada e mantive a imagem de Cristo na minha mente”.
Uma vez, enquanto a Santa escrevia uma carta, o diabo agarrou a caneta das suas mãos, rasgou o papel e tirou a santa da cadeira onde estava sentada, agarrando-a pelos cabelos com a violência das suas “garras ferozes”.
Ela descreve outro ataque em um dos seus escritos: “O demônio se apresentou diante de mim como um gigante e me dizia: ‘Para ti já não existe esperança de salvação. Estás nas minhas mãos! ’ Eu lhe respondi que Deus é misericordioso e, portanto, nada temo. Então me bateu na cabeça e me disse: ‘Maldita seja! ’, e logo desapareceu”.
“Quando voltei para minha habitação para descansar, encontrei novamente o demônio e começou a golpear-me com uma corda com vários nós, e queria que eu gritasse que era fraca. Disse-lhe que não, e me bateu tão forte, que caí de cabeça no chão. Naquele momento pensei em invocar a Jesus: Pai eterno, em nome do preciosíssimo sangue de Jesus, livrai-me! ”.
“Não me lembro bem o que aconteceu. A besta me arrastou da minha cama e bateu na minha cabeça com tanta força que ainda estou dolorida. Perdi os sentidos e caí no chão, logo despertei. Graças a Deus! ”
Apesar dos ataques, Santa Gemma sempre teve fé em Jesus. Inclusive utilizava o humor contra Satanás. Uma vez escreveu a um sacerdote: “Tinha que ver, quando satanás fugia fazendo caretas, você morreria de rir! É tão feio! Mas Jesus me disse que não deveria temer”.
4) São João Maria Batista Vianney: “Faz porque eu converto muitas almas para o bom Deus”
O Santo Padre de Ars nasceu na França no ano 1786. Foi um grande pregador, fazia muitas mortificações, foi um homem de oração e caridade. Tinha um dom especial para a confissão. Por isso, vinham pessoas de diferentes lugares para confessar-se com ele e escutar seus santos conselhos. Devido a seu frutífero trabalho pastoral foi nomeado padroeiro dos sacerdotes. Também combateu contra o maligno em várias ocasiões.
Uma vez, sua irmã passou a noite na sua casa, localizada ao lado da igreja. Durante a noite ela escutou raspões na parede. Foi ver o seu irmão Vianney, que estava confessando, e lhe explicou:
“Minha filha, não temas: é o resmungão. Ele não pode machucar-te. Ele me procura da maneira mais atormentadora possível. As vezes agarra os meus pés e me arrasta pelo quarto. Ele faz isto, porque eu converto muitas almas para o bom Deus”.
O demônio fazia ruídos durante horas, parecidos aos cristais, assobios e relinchos. Inclusive ficava sob a janela do santo de Ars e gritava. Seu propósito era não deixar que o sacerdote dormisse, para ficar cansado e não ficar horas no confessionário, onde salvava muitas almas das garras do maligno.
Em outra ocasião, enquanto o sacerdote de Ars se preparava para celebrar a missa, um homem lhe disse que seu dormitório estava pegando fogo. Qual foi sua resposta? “O Resmungão está furioso. Quando não consegue pegar o pássaro, ele queima a sua gaiola”. Entregou a chave para aqueles que iam ajudar a apagar o fogo. Sabia que Satanás queria impedir a missa e não o permitiu.
Deus premiou sua perseverança diante das provações com um poder extraordinário que lhe permitia expulsar demônios das pessoas possuídas.
5) Santa Teresa de Jesus: “Seus chifres estavam ao redor do pescoço do sacerdote enquanto celebrava missa”
Esta reconhecida doutora da Igreja e mística teve muitas visões espirituais. Durante suas orações e meditações, o demônio lhe aparecia.
“Uma forma abominável”, escrevia, “sua boca era horrorosa”. “Não tinha sombra, mas estava coberto pelas chamas de fogo”.
O demônio lhe causava também fortes dores corporais. Numa ocasião a atormentou durante cinco horas enquanto estava em oração com suas irmãs. A Santa permaneceu firme para não assustá-las.
Um dia “viu com os olhos da alma dois diabos que tinham seus chifres ao redor do pescoço do sacerdote enquanto celebrava missa”.
Inclusive para ela, estas visões eram estranhas. “Poucas vezes vi o demônio em forma corporal, frequentemente não vejo sua aparência física, mas sei que está presente.
Quais eram suas armas contra as forças do mal?
A oração, a humildade e a água bendita. Santa Teresa dizia que esta última era uma arma eficaz.
Uma vez estava num oratório e o demônio apareceu ao meu lado esquerdo. Ele me disse que agora me livrei das suas mãos, mas que ele me capturaria novamente. Ela se assustou e se benzeu. Entretanto, Satanás continuou perturbando-a e Teresa tomou um frasco de água benta e derramou a água sobre ele. Depois desse dia ele nunca mais voltou.

Ladrões roubaram 351 hóstias na Itália. Veja o que aconteceu de forma surpreendente!

Na Basílica de São Francisco, em Siena, Itália, 223 hóstias conservam-se intactas há mais de 276 anos.
A tal respeito, opinou o cientista Enrico Medi:“Esta intervenção direta de Deus é o milagre (…), realizado e mantido enquanto tal milagrosamente durante séculos, para testemunhar a realidade permanente de Cristo no Sacramento Eucarístico”.
O milagre aconteceu no dia 14 de agosto de 1730. A mais antiga memória escrita do evento foi redigida no mesmo ano e assinada por um certo Macchi. Ladrões se infiltraram na basílica e roubaram o cibório, que continha 351 partículas consagradas.
Três dias depois, ou seja, em 17 de agosto, todas as 351 partículas apareceram no cofre de esmolas do santuário de Santa Maria de Provenzano, onde haviam sido jogadas. Elas, porém ficaram misturadas com o pó acumulado no fundo do cofre.
O povo acorreu para comemorar a recuperação das santas hóstias, que foram levadas de volta em procissão à Basílica de São Francisco.
Transcorreram os anos e não se percebia sinal algum das alterações que naturalmente deveriam ocorrer.
Em 14 de abril de 1780, o Superior Geral da Ordem Franciscana, Frei Carlo Vipera, consumiu uma das hóstias e comprovou que estava fresca e incorrupta. Como algumas delas haviam sido distribuídas em anos anteriores, o Superior ordenou então que as 230 restantes fossem guardadas num novo cibório e não fossem mais distribuídas.
Visando deitar luz no fenômeno inexplicável, em 1789 o arcebispo de Siena, D. Tibério Borghese, guardou algumas hóstias não consagradas numa caixa em condições análogas às das hóstias consagradas.
Após dez anos, uma comissão de cientistas escolhidos especialmente para estudar o caso abriu a caixa e só encontrou vermes e fragmentos putrefatos.
Enquanto isso, as hóstias consagradas se conservavam como podem ser vistas até hoje, contrariando todas as leis físicas e biológicas.
Em 1850 foi feito um teste similar com os mesmos resultados.
Em diversas ocasiões, as hóstias foram analisadas por pessoas de confiança ou ilustres pelo seu saber e as conclusões sempre eram as mesmas: “As sagradas partículas ainda estão frescas, intactas, fisicamente incorruptas, quimicamente puras e não apresentam nenhum início de corrupção”.
A mais importante verificação aconteceu em 1914, quando o Papa São Pio X autorizou um exame no qual participaram numerosos professores de bromatologia, higiene, química e farmacêutica.
Os cientistas concluíram que as hóstias foram preparadas sem nenhuma precaução científica e que haviam sido guardadas em condições comuns, fatores que deveriam tê-las levado a se deteriorarem naturalmente. Porém, elas estavam em tão bom estado que podiam ser consumidas 184 anos depois do milagre.
Siro Grimaldi, professor na Universidade de Siena e diretor do Laboratório Químico Municipal, foi o principal cientista da comissão de 1914.
Ele escreveu um livro com detalhes preciosos sobre o milagre, intitulado Uno Scienziato Adora. Em 1914 declarou que “a farinha em grão é o melhor terreno de cultura de microrganismos, parasitas animais e vegetais, e fermentação láctica. As partículas de Siena estão em perfeito estado de conservação, contra as leis físicas e químicas, não obstante as condições de tudo desfavoráveis em que foram encontradas e conservadas. Um fenômeno absolutamente anormal: as leis da natureza foram invertidas. O vidro em que foram encontradas possui mofo, enquanto a farinha se revelou mais refratária do que o cristal”.
Em 1922 foram realizadas novas análises, por ocasião da transferência das hóstias para um cilindro de cristal de roca puro, na presença no Cardeal Giovanni Tacci e do Arcebispo de Siena, de Montepulciano, de Foligno e de Grosseto. Os resultados foram os mesmos. Ainda houve novas análises em 1950 e 1951.
Em 5 de agosto de 1951, cinco dias antes da festa do milagre, o tabernáculo foi alvo de um novo atentado, desta vez com um objetivo bem definido: acabar com as hóstias conservadas de modo sobrenatural.
Os profanadores subtraíram o relicário de ouro e espalharam as partículas do milagre pelo chão da capela. Porém, o dano foi nulo, e menos de um ano depois foram expostas novamente num novo relicário especial, onde hoje podem ser adoradas.
Durante uma visita pastoral efetuada à cidade de Siena, em 14 de setembro de 1980, assim se manifestou João Paulo II diante das prodigiosas hóstias: “É a Presença!”
As milagrosas partículas permanecem na capela Piccolomini durante os meses de verão, e na capela Martinozzi nos meses de inverno.
Os cidadãos de Siena realizam numerosos atos em louvor das Santas Hóstias. Entre elas, a homenagem das Contradas, o obséquio oferecido pelas crianças que fazem a Primeira Comunhão, a solene procissão na festa de Corpus Christi, o septenário eucarístico de fim de setembro e a adoração eucarística no dia 17 de cada mês, em lembrança da recuperação acontecida em 17 de agosto de 1730.

Festa da Excelsa Padroeira de Acari


06/07 - Santa Maria Goretti


Com a morte do pai, Maria Goretti, com os seus, foram morar num local perto de Roma, sob o mesmo teto de uma família composta por um pai viúvo e dois filhos, sendo um deles Alexandre. Aconteceu que este jovem por várias vezes tentou seduzir Goretti, que ficava em casa para cuidar dos irmãozinhos. E por ser uma menina temente a Deus, sua resposta era cheia de maturidade: “Não, não, Deus não quer; é pecado!”
Santa Maria Goretti, certa vez, estava em casa e em oração, por isso quando o jovem, que era de maior estatura e idade, tentou novamente seduzi-la, Goretti resistiu com mais um grande não. A resposta de Alexandre foram 14 facadas, enquanto da parte de Goretti, percebemos a santidade, na confidência à sua mãe: “Sim, o perdôo… Lá no céu, rogarei para que ele se arrependa… Quero que ele esteja junto comigo na glória eterna”.
O martírio desta adolescente, de apenas 12 anos, foi a causa da conversão do jovem assassino, que depois de sair da cadeia esteve com as 400 mil pessoas, na Praça de São Pedro, na ocasião da canonização dessa santa, e ao lado da mãe dela, que o perdoou também.
Santa Maria Goretti manteve-se pura e santa por causa do seu amor a Deus, por isso na glória reina com Cristo.
Santa Maria Goretti, rogai por nós!

sexta-feira, 12 de junho de 2015

12/06 Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

19:00 - Missa Solene de Encerramento da Festa, presidida pelo Revmo. Padre Fabiano Maurício Dantas
Procissão pelas ruas da cidade com a venerada imagem do Sagrado Coração de Jesus

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Em exumação, coração de padre é encontrado intacto 7 anos após morte

A igreja São João Batista de José Bonifácio(SP) recebeu neste domingo (7) fiéis de toda a região noroeste paulista para o início oficial dos trabalhos diocesanos para o processo de beatificação e canonização do Monsenhor Ângelo Angioni.
Ele morreu há sete anos e, segundo a igreja católica, ao exumar o corpo nesta semana, postuladores de Roma – responsáveis por recolher informações para beatificações – perceberam que o coração estava intacto e não se deteriorou com o tempo. Peritos começam agora uma investigação para a possível beatificação dele.

Ângelo Angioni, tido como Santo pelos fiéis, nasceu na Itália em 1915. Foi ordenado padre aos 23 anos. Chegou ao Brasil em 1951 e foi direto para José Bonifácio onde atuou por quase 60 anos. Morreu em 2008 e foi enterrado na Igreja Matriz. O túmulo do Monsenhor – título de honra conferido pelo Papa a padres católicos por serviços prestados à igreja – recebe centenas de fiéis todos os anos.
A missa foi celebrada pelo bispo Dom Tomé Ferreira da Silva. Os integrantes do Tribunal Eclesiástico que vai analisar os milagres atribuídos ao Monsenhor foram apresentados à comunidade. No fim da celebração, os restos mortais do religioso, inclusive o coração, foram apresentados aos fiéis.
Dois postuladores de Roma estão na cidade desde o dia 29 e o que mais chamou a atenção foi o coração intacto do religioso. O processo de decomposição do corpo humano começa de dentro para fora e em até dois meses, o coração se desfaz. Em dois anos, a maioria dos corpos enterrados está totalmente decomposta, restando apenas ossos, cabelos, dentes e unhas.
Para o postulador Paulo Vilotta, a preservação de qualquer parte do corpo pode ocorrer por vários motivos. “Isso é um fator natural, pode acontecer com qualquer um de nós. Mas é um estímulo para rezar, pedir graças e elevar o padre, uma figura venerada na região”, comentou Vilotta.
Para que Ângelo Angioni seja declarado beato é preciso que a igreja reconheça um milagre pela intercessão do Monsenhor e depois, para ser considerado Santo, mais um milagre precisa ser comprovado pelos peritos do Vaticano. Um processo longo que pode durar décadas, mas depende dos fiéis que vão pode ajudar contando histórias e apresentando cartas e documentos que falem sobre os possíveis milagres.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Sacrilégio ao Santíssimo Sacramento no Rio Grande do Norte

"Ninguém leve a Santíssima Eucaristia para casa ou para outro lugar, contra as normas do direito. Além disso, tenha-se presente que subtrair ou reter as espécies consagradas para fins sacrílegos, ou deitá-las fora, constitui um dos DELITOS MAIS GRAVES [graviora delicta], cuja absolvição é reservada à Congregação para a Doutrina da Fé."
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Cf. João Paulo II, Motu proprio, Sacramentorum sanctitatis tutela, 30 de Abril de 2001: AAS 93 (2001) pp. 737-739; Congregação para a Doutrina da Fé, Carta aos Bispos da Igreja Católica e aos outros Ordinários e Hierarcas interessados sobre os delitos mais graves reservados à mesma Congregação para a Doutrina da Fé: AAS 93 (2001) p. 786.


Em resposta a este sacrilégio, ocorrido na paróquia do Padre Tomás Silveira Neto, sobre a jurisdição do Arcebispo Dom Jaime Vieira Rocha, na diocese de Natal, vamos encaminhar mensagens na caixa de entrada do secretário do Arcebispo. https://www.facebook.com/rodrigo.paiva.92123?ref=ts&fref=ts
Se não resolver, vamos encaminhar emails ao próprio Arcebispo. arcebispo@arquidiocesedenatal.org.br

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Imagem da Mãe Aparecida é entronizada no Santuário de Fátima

O Santuário de Fátima, em Portugal, recebeu nesta terça-feira, 12, a entronização da réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. A cerimônia foi presidida pelo cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP). Uma celebração que expressou a unidade entre Brasil e Portugal.

“Queremos que a presença desta imagem seja sinal da união destes povos, portugueses e brasileiros, que estão unidos profundos laços históricos, pela mesma fé, pelo mesmo amor a Nossa Senhora”, declarou o arcebispo de Aparecida.
O presidente da peregrinação internacional do “13 de maio” rezou pela paz e colocou sob a proteção da Virgem Maria o próximo Sínodo sobre a família, que acontecerá em outubro, no Vaticano.
Dom Damasceno ainda explicou a devoção que nasceu em Aparecida há 300 anos, cuja importância “foi crescendo, ao ponto de exigir a construção de uma nova basílica”.
A celebração que marcou o início da peregrinação contou com a presença de milhares de pessoas, incluindo 128 grupos organizados de 29 países.
O bispo de Leiria-Fátima, dom António Marto, rezou pela paz e lembrou os “mártires” de hoje que são perseguidos por causa da sua fé em Jesus Cristo.
“Nossa Senhora Aparecida, abençoai este povo que ora e canta, abençoai todos os vossos filhos, abençoai Portugal e o Brasil”, rezou.
A entronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida faz parte das comemorações dos 300 anos do encontro da imagem da Mãe Aparecida, que será celebrado em 2017.
Estas celebrações realizam-se em unidade com o Santuário de Fátima que também em 2017 comemora o centenário das aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos.
A imagem foi colocada numa das entradas principais do santuário, na Cova da Iria.
“Ao entronizarmos esta imagem de Nossa Senhora Aparecida nesta entrada do recinto do Santuário Nacional de Nossa Senhora de Fátima, queremos que ela permaneça aqui para sempre, lembrando-nos a todos que ela é nossa mãe”, disse dom Raymundo, ao final da cerimônia.
Com o cardeal de Aparecida e o bispo auxiliar dom Darci José Nicioli peregrinaram ao santuário português cerca de 400 pessoas.
Na coletiva de imprensa de lançamento da peregrinação do “13 de maio”, dom António Marto, bispo de Leiria-Fátima, citou Bento XVI para falar de Aparecida como “coração mariano do Brasil” e de Fátima como “coração espiritual de Portugal”.
O bispo falou desta cerimônia de entronização como um “momento emocionante e feliz” de celebração da devoção a Nossa Senhora, que recorda a “dignidade única e preciosa de cada ser humano, sobretudo dos pobres”.
“Que sejam centenários de bênçãos para Portugal e para o Brasil”, desejou.
Dom Raymundo Damasceno Assis, por sua vez, manifestou a sua felicidade por contribuir para que a Senhora de Aparecida também seja venerada na Cova da Iria, falando numa “grande devoção” dos brasileiros pela Virgem de Fátima.

Cardeal destaca devoção mariana que une Brasil e Portugal

O Arcebispo de Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidiu, nesta quarta-feira, 13, a Missa de encerramento da peregrinação internacional dedicada a Nossa Senhora de Fátima. Ele deu destaque para os vínculos de fraternidade e de fé que unem Brasil e Portugal em torno da devoção mariana.
“Sem dúvida, o vínculo mais forte é o da fé católica. Mais forte, ousaria dizer, que a língua comum, a qual nos permite comunicar com facilidade. E, no âmbito da fé que nos une, destaca-se o amor filial e a devoção a Virgem Santa Maria”, observou o cardeal brasileiro.
Portugal e Brasil, recordou Dom Raymundo na sua homilia, estão especialmente unidos por dois “eventos marianos”, separados por 200 anos. No Brasil, com o encontro extraordinário da imagem milagrosa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida; enquanto em Portugal, em 1917, houve a milagrosa aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos: Lúcia, Jacinta e Francisco.

15/05 - Santo Isidoro

Isidoro nasceu no ano de 1070, em Madri, na Espanha. O menino cresceu sereno, bondoso e muito caridoso, trabalhando com os familiares numa propriedade arrendada. Levantava muito cedo para assistir à missa antes de seguir para o campo. Quando seus atos de fé começaram a se destacar, já era casado com Maria Toríbia e pai de um filho.
Sua notoriedade começou quando foi acusado de ficar rezando pela manhã, na igreja, em vez de trabalhar. De fato, tinha o hábito de parar o trabalho uma vez ao dia para rezar, o terço de joelhos. Mas isso não atrapalhava a produção, porque depois trabalhava com vontade e vigor, recuperando o tempo das preces. Sua bondade era tanta que o patrão nada lhe fez. Não era só na oração que Isidoro se destacava. Era tão solidário que dividia com os mais pobres tudo o que ganhava com seu trabalho, ficando apenas com o mínimo necessário para alimentar os seus. Quando seu filho morreu, ainda criança, Isidoro e Maria não se revoltaram, ao contrário, passaram a se dedicar ainda mais aos necessitados.
Isidoro Lavrador morreu pobre e desconhecido, no dia 15 de maio de 1130, em Madri, sendo enterrado sem nenhuma distinção. A partir de então começou a devoção popular. Muitos milagres, atribuídos à sua intercessão, são narrados pela tradição do povo espanhol. Quarenta anos depois, seu corpo foi trasladado para uma igreja. Humilde e incansável foi esse homem do campo, e somente depois de sua morte, e com a devoção de todo o povo de sua cidade, as autoridades religiosas começaram a reconhecer o seu valor inestimável: a devoção a Deus e o cumprimento de seus mandamentos, numa vida reta e justa, no seguimento de Jesus. Foi o rei da Espanha, Filipe II, que formalizou o pedido de canonização do santo lavrador, ao qual ele próprio atribuía a intercessão para a cura de uma grave enfermidade. Em 1622, o papa Gregório XV canonizou santo Isidoro Lavrador, no mesmo dia em que santificou Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Teresa d’Ávila e Filipe Néri. Hoje, ele é comemorado como protetor dos trabalhadores do campo, dos desempregados e dos índios. Enfim, de todos aqueles que acabam sendo marginalizados pela sociedade em nome do progresso. Santo Isidoro Lavrador é o padroeiro de Madri.

domingo, 10 de maio de 2015

Calendário Oficial dos eventos do Jubileu

Abril 2015



Sábado, 11 de Abril de 2015
Vigília do Domingo da Divina Misericórdia

Leitura da Bula de proclamação do Jubileu.



Dezembro 2015



Terça-feira, 8 de Dezembro de 2015
Solenidade da Imaculada Conceição

Abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro.


Domingo, 13 de Dezembro de 2015
III Domingo de Advento

Abertura da Porta Santa da Basílica de São João em Latrão e nas Catedrais do Mundo.







Janeiro 2016



Sexta-feira, 1 de Janeiro de 2016
Solenidade de S. Maria Santíssima Mãe de Deus

Dia Mundial da Paz.

Abertura da Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maior.


Terça-feira, 19 de Janeiro – Quinta-feira, 21 de Janeiro de 2016

Jubileu dos Operadores dos Santuários.


Segunda-feira, 25 de Janeiro de 2016
Festa da Conversão de São Paulo

Abertura da Porta Santa da Basílica de São Paulo extra-muros.


Sinal “Jubilar” do Santo Padre: testemunho das obras de misericórdia.




Fevereiro 2016



Terça-feira, 2 de Fevereiro de 2016
Festa da Apresentação do Senhor e Dia da Vida Consagrada

Jubileu da Vida Consagrada e encerramento do Ano da Vida Consagrada.

Quarta-feira, 10 de Fevereiro de 2016
Quarta-feira de Cinzas

Envio dos Missionários da Misericórdia na Basílica de São Pedro.

Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 2016
Cátedra de São Pedro

Jubileu da Cúria Romana.

Sinal “Jubilar” do Santo Padre: testemunho das obras de misericórdia.

Março 2016



Sexta-feira 4 e sábado 5 de Março de 2016

“24 horas para o Senhor” com celebração penitencial em São Pedro, na tarde da sexta-feira 4 de Março.


Domingo, 20 de Março de 2016
Domingo de Ramos

Em Roma, Jornada diocesana dos Jovens.


Sinal “Jubilar” do Santo Padre: testemunho das obras de misericórdia.


Abril 2016

Domingo, 3 de Abril de 2016
Domingo da Divina Misericórdia

Jubileu para todos os que aderem à espiritualidade da Divina Misericórdia.


Domingo, 24 de Abril de 2016
V Domingo de Páscoa

Jubileu dos adolescentes (13 – 16 anos)
Professar a fé e construir uma cultura de misericórdia.


Sinal “Jubilar” do Santo Padre: testemunho das obras de misericórdia.



Maio 2016



Domingo, 29 de Maio de 2016
Corpus Domini em Itália

Jubileu dos Diáconos.



Junho 2016



Sexta-feira, 3 de Junho de 2016
Solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus

Jubileu dos Sacerdotes.
160 anos do começo da festa, iniciada em 1856 por Pio IX.


Domingo, 12 de Junho de 2016
XI Domingo do Tempo Comum

Jubileu dos Doentes e das Pessoas com deficiência.


Sinal “Jubilar” do Santo Padre: testemunho das obras de misericórdia.


Julho 2016



Terça-feira, 26 – Domingo, 31 de Julho de 2016
Até ao XVIII Domingo do Tempo Comum

Jubileu dos Jovens.
Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia.




Setembro 2016



Domingo, 4 de Setembro de 2016
XXIII Domingo do Tempo Comum
Memória da Beata Teresa de Calcutá - 5 de Setembro

Jubileu dos Operadores e voluntários da misericórdia.


Domingo, 25 de Setembro de 2016
XXVI Domingo do Tempo Comum

Jubileu dos Catequistas




Outubro 2016



Sábado 8 e Domingo 9 de Outubro de 2016
Sábado e Domingo após a festa de Nossa Senhora do Rosário

Jubileu Mariano



Novembro 2016



Terça-feira, 1 de Novembro de 2016
Solenidade de Todos os Santos

Santa Missa do Santo Padre em memória dos fiéis defuntos.


Domingo, 6 de Novembro de 2016
XXXII Domingo do Tempo Comum

Jubileu dos Presos, em São Pedro.


Domingo, 13 de Novembro de 2016
XXXIII Domingo do Tempo Comum

Encerramento da Porta Santa nas Basílicas de Roma e nas Dioceses.

Domingo, 20 de Novembro de 2016
Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Encerramento da Porta Santa em São Pedro
e conclusão do Jubileu da Misericórdia.

Oração do Jubileu

Senhor Jesus Cristo,
Vós que nos ensinastes a ser misericordiosos como o Pai celeste,
e nos dissestes que quem Vos vê, vê a Ele.
Mostrai-nos o Vosso rosto e seremos salvos.
O Vosso olhar amoroso libertou Zaqueu e Mateus da escravidão do dinheiro;
a adúltera e Madalena de colocar a felicidade apenas numa criatura;
fez Pedro chorar depois da traição,
e assegurou o Paraíso ao ladrão arrependido.
Fazei que cada um de nós considere como dirigida a si mesmo as palavras que dissestes à mulher samaritana:
Se tu conhecesses o dom de Deus!

Vós sois o rosto visível do Pai invisível,
do Deus que manifesta sua omnipotência sobretudo com o perdão e a misericórdia:
fazei que a Igreja seja no mundo o rosto visível de Vós, seu Senhor, ressuscitado e na glória.
Vós quisestes que os Vossos ministros fossem também eles revestidos de fraqueza
para sentirem justa compaixão por aqueles que estão na ignorância e no erro:
fazei que todos os que se aproximarem de cada um deles se sintam esperados, amados e perdoados por Deus.

Enviai o Vosso Espírito e consagrai-nos a todos com a sua unção
para que o Jubileu da Misericórdia seja um ano de graça do Senhor
e a Vossa Igreja possa, com renovado entusiasmo, levar aos pobres a alegre mensagem
proclamar aos cativos e oprimidos a libertação
e aos cegos restaurar a vista.

Nós Vo-lo pedimos por intercessão de Maria, Mãe de Misericórdia,
a Vós que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém

Logo do Jubileu da Misericórdia 2015 - 2016


O logotipo e o lema colocados juntos oferecem uma feliz síntese do Ano jubilar. O lema Misericordiosos como o Pai (retirado do Evangelho de Lucas, 6,36) propõe viver a misericórdia no exemplo do Pai que pede para não julgar e não condenar, mas perdoar e dar amor e perdão sem medida (cfr. Lc 6,37-38). O logotipo – obra do Padre jesuíta Marko I. Rupnik – apresenta-se como uma pequena suma teológica do tema da misericórdia. Mostra, na verdade, o Filho que carrega aos seus ombros o homem perdido, recuperando uma imagem muito querida da Igreja primitiva, porque indica o amor de Cristo que realiza o mistério da sua encarnação com a redenção. O desenho é feito de tal forma que realça o Bom Pastor que toca profundamente a carne do homem, e o faz com tal amor capaz de lhe mudar a vida. Além disso, um detalhe não é esquecido: o Bom Pastor com extrema misericórdia carrega sobre si a humanidade, mas os seus olhos confundem-se com os do homem. Cristo vê com os olhos de Adão e este com os olhos de Cristo. Cada homem descobre assim em Cristo, novo Adão, a própria humanidade e o futuro que o espera, contemplando no Seu olhar o amor do Pai.
A cena é colocada dentro da amêndoa, também esta figura cara da iconografia antiga e medieval que recorda a presença das duas naturezas, divina e humana, em Cristo. As três ovais concêntricas, de cor progressivamente mais clara para o exterior, sugerem o movimento de Cristo que conduz o homem para fora da noite do pecado e da morte. Por outro lado, a profundidade da cor mais escura também sugere o mistério do amor do Pai que tudo perdoa.

Bula de Convocação do Jubileu da Misericórdia

Misericordiae Vultus

FRANCISCO
BISPO DE ROMA
SERVO DOS SERVOS DE DEUS
A QUANTOS LEREM ESTA CARTA
GRAÇA, MISERICÓRDIA E PAZ

 

1. Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré. O Pai, « rico em misericórdia » (Ef 2, 4), depois de ter revelado o seu nome a Moisés como « Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade » (Ex 34, 6), não cessou de dar a conhecer, de vários modos e em muitos momentos da história, a sua natureza divina. Na « plenitude do tempo »
(Gl 4, 4), quando tudo estava pronto segundo o seu plano de salvação, mandou o seu Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de modo definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o Pai (cf. Jo 14, 9). Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa,[1] Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus.
2. Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: é o acto último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado.
3. Há momentos em que somos chamados, de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai. Foi por isso que proclamei um Jubileu Extraordinário da Misericórdia como tempo favorável para a Igreja, a fim de se tornar mais forte e eficaz o testemunho dos crentes.
O Ano Santo abrir-se-á no dia 8 de Dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. Esta festa litúrgica indica o modo de agir de Deus desde os primórdios da nossa história. Depois do pecado de Adão e Eva, Deus não quis deixar a humanidade sozinha e à mercê do mal. Por isso, pensou e quis Maria santa e imaculada no amor (cf. Ef 1, 4), para que Se tornasse a Mãe do Redentor do homem. Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude do perdão. A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa. Na festa da Imaculada Conceição, terei a alegria de abrir a Porta Santa. Será então uma Porta da Misericórdia, onde qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança.
No domingo seguinte, o Terceiro Domingo de Advento, abrir-se-á a Porta Santa na Catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão. E em seguida será aberta a Porta Santa nas outras Basílicas Papais. Estabeleço que no mesmo domingo, em cada Igreja particular – na Catedral, que é a Igreja-Mãe para todos os fiéis, ou na Concatedral ou então numa Igreja de significado especial – se abra igualmente, durante todo o Ano Santo, uma Porta da Misericórdia. Por opção do Ordinário, a mesma poderá ser aberta também nos Santuários, meta de muitos peregrinos que frequentemente, nestes lugares sagrados, se sentem tocados no coração pela graça e encontram o caminho da conversão. Assim, cada Igreja particular estará directamente envolvida na vivência deste Ano Santo como um momento extraordinário de graça e renovação espiritual. Portanto o Jubileu será celebrado, quer em Roma quer nas Igrejas particulares, como sinal visível da comunhão da Igreja inteira.
4. Escolhi a data de 8 de Dezembro, porque é cheia de significado na história recente da Igreja. Com efeito, abrirei a Porta Santa no cinquentenário da conclusão do Concílio Ecuménico Vaticano II. A Igreja sente a necessidade de manter vivo aquele acontecimento. Começava então, para ela, um percurso novo da sua história. Os Padres, reunidos no Concílio, tinham sentido forte, como um verdadeiro sopro do Espírito, a exigência de falar de Deus aos homens do seu tempo de modo mais compreensível. Derrubadas as muralhas que, por demasiado tempo, tinham encerrado a Igreja numa cidadela privilegiada, chegara o tempo de anunciar o Evangelho de maneira nova. Uma nova etapa na evangelização de sempre. Um novo compromisso para todos os cristãos de testemunharem, com mais entusiasmo e convicção, a sua fé. A Igreja sentia a responsabilidade de ser, no mundo, o sinal vivo do amor do Pai.
Voltam à mente aquelas palavras, cheias de significado, que São João XXIII pronunciou na abertura do Concílio para indicar a senda a seguir: « Nos nossos dias, a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade. (…) A Igreja Católica, levantando por meio deste Concílio Ecuménico o facho da verdade religiosa, deseja mostrar-se mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade com os filhos dela separados ».[2] E, no mesmo horizonte, havia de colocar-se o Beato Paulo VI, que assim falou na conclusão do Concílio: « Desejamos notar que a religião do nosso Concílio foi, antes de mais, a caridade. (...) Aquela antiga história do bom samaritano foi exemplo e norma segundo os quais se orientou o nosso Concílio. (…) Uma corrente de interesse e admiração saiu do Concílio sobre o mundo actual. Rejeitaram-se os erros, como a própria caridade e verdade exigiam, mas os homens, salvaguardado sempre o preceito do respeito e do amor, foram apenas advertidos do erro. Assim se fez, para que, em vez de diagnósticos desalentadores, se dessem remédios cheios de esperança; para que o Concílio falasse ao mundo actual não com presságios funestos mas com mensagens de esperança e palavras de confiança. Não só respeitou mas também honrou os valores humanos, apoiou todas as suas iniciativas e, depois de os purificar, aprovou todos os seus esforços. (…) Uma outra coisa, julgamos digna de consideração. Toda esta riqueza doutrinal orienta-se apenas a isto: servir o homem, em todas as circunstâncias da sua vida, em todas as suas fraquezas, em todas as suas necessidades ».[3]
Com estes sentimentos de gratidão pelo que a Igreja recebeu e de responsabilidade quanto à tarefa que nos espera, atravessaremos a Porta Santa com plena confiança de ser acompanhados pela força do Senhor Ressuscitado, que continua a sustentar a nossa peregrinação. O Espírito Santo, que conduz os passos dos crentes de forma a cooperarem para a obra de salvação realizada por Cristo, seja guia e apoio do povo de Deus a fim de o ajudar a contemplar o rosto da misericórdia. [4]
5. O Ano Jubilar terminará na solenidade litúrgica de Jesus Cristo, Rei do Universo, 20 de Novembro de 2016. Naquele dia, ao fechar a Porta Santa, animar-nos-ão, antes de tudo, sentimentos de gratidão e agradecimento à Santíssima Trindade por nos ter concedido este tempo extraordinário de graça. Confiaremos a vida da Igreja, a humanidade inteira e o universo imenso à Realeza de Cristo, para que derrame a sua misericórdia, como o orvalho da manhã, para a construção duma história fecunda com o compromisso de todos no futuro próximo. Quanto desejo que os anos futuros sejam permeados de misericórdia para ir ao encontro de todas as pessoas levando-lhes a bondade e a ternura de Deus! A todos, crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio de nós.
6. « É próprio de Deus usar de misericórdia e, nisto, se manifesta de modo especial a sua omnipotência ».[5] Estas palavras de São Tomás de Aquino mostram como a misericórdia divina não seja, de modo algum, um sinal de fraqueza, mas antes a qualidade da omnipotência de Deus. É por isso que a liturgia, numa das suas colectas mais antigas, convida a rezar assim: « Senhor, que dais a maior prova do vosso poder quando perdoais e Vos compadeceis… »[6] Deus permanecerá para sempre na história da humanidade como Aquele que está presente, Aquele que é próximo, providente, santo e misericordioso.
« Paciente e misericordioso » é o binómio que aparece, frequentemente, no Antigo Testamento para descrever a natureza de Deus. O facto de Ele ser misericordioso encontra um reflexo concreto em muitas acções da história da salvação, onde a sua bondade prevalece sobre o castigo e a destruição. Os Salmos, em particular, fazem sobressair esta grandeza do agir divino: « É Ele quem perdoa as tuas culpas e cura todas as tuas enfermidades. É Ele quem resgata a tua vida do túmulo e te enche de graça e ternura » (103/102, 3-4). E outro Salmo atesta, de forma ainda mais explícita, os sinais concretos da misericórdia: « O Senhor liberta os prisioneiros. O Senhor dá vista aos cegos, o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama o homem justo. O Senhor protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva, mas entrava o caminho aos pecadores » (146/145, 7-9). E, para terminar, aqui estão outras expressões do Salmista: « [O Senhor] cura os de coração atribulado e trata-lhes as feridas. (...) O Senhor ampara os humildes, mas abate os malfeitores até ao chão » (147/146, 3.6). Em suma, a misericórdia de Deus não é uma ideia abstracta mas uma realidade concreta, pela qual Ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem pelo próprio filho até ao mais íntimo das suas vísceras. É verdadeiramente caso para dizer que se trata de um amor « visceral ». Provém do íntimo como um sentimento profundo, natural, feito de ternura e compaixão, de indulgência e perdão.
7. « Eterna é a sua misericórdia »: tal é o refrão que aparece em cada versículo do Salmo 136, ao mesmo tempo que se narra a história da revelação de Deus. Em virtude da misericórdia, todos os acontecimentos do Antigo Testamento aparecem cheios dum valor salvífico profundo. A misericórdia torna a história de Deus com Israel uma história da salvação. O facto de repetir continuamente « eterna é a sua misericórdia », como faz o Salmo, parece querer romper o círculo do espaço e do tempo para inserir tudo no mistério eterno do amor. É como se se quisesse dizer que o homem, não só na história mas também pela eternidade, estará sempre sob o olhar misericordioso do Pai. Não é por acaso que o povo de Israel tenha querido inserir este Salmo – o « grande hallel », como lhe chamam – nas festas litúrgicas mais importantes.
Antes da Paixão, Jesus rezou ao Pai com este Salmo da misericórdia. Assim o atesta o evangelista Mateus quando afirma que « depois de cantarem os salmos » (26, 30), Jesus e os discípulos saíram para o Monte das Oliveiras. Enquanto instituía a Eucaristia, como memorial perpétuo d’Ele e da sua Páscoa, Jesus colocava simbolicamente este acto supremo da Revelação sob a luz da misericórdia. No mesmo horizonte da misericórdia, viveu Ele a sua paixão e morte, ciente do grande mistério de amor que se realizaria na cruz. O facto de saber que o próprio Jesus rezou com este Salmo torna-o, para nós cristãos, ainda mais importante e compromete-nos a assumir o refrão na nossa oração de louvor diária: « eterna é a sua misericórdia ».
8. Com o olhar fixo em Jesus e no seu rosto misericordioso, podemos individuar o amor da Santíssima Trindade. A missão, que Jesus recebeu do Pai, foi a de revelar o mistério do amor divino na sua plenitude. « Deus é amor » (1 Jo 4, 8.16): afirma-o, pela primeira e única vez em toda a Escritura, o evangelista João. Agora este amor tornou-se visível e palpável em toda a vida de Jesus. A sua pessoa não é senão amor, um amor que se dá gratuitamente. O seu relacionamento com as pessoas, que se abeiram d’Ele, manifesta algo de único e irrepetível. Os sinais que realiza, sobretudo para com os pecadores, as pessoas pobres, marginalizadas, doentes e atribuladas, decorrem sob o signo da misericórdia. Tudo n’Ele fala de misericórdia. N’Ele, nada há que seja desprovido de compaixão.
Vendo que a multidão de pessoas que O seguia estava cansada e abatida, Jesus sentiu, no fundo do coração, uma intensa compaixão por elas (cf. Mt 9, 36). Em virtude deste amor compassivo, curou os doentes que Lhe foram apresentados (cf. Mt 14, 14) e, com poucos pães e peixes, saciou grandes multidões (cf. Mt 15, 37). Em todas as circunstâncias, o que movia Jesus era apenas a misericórdia, com a qual lia no coração dos seus interlocutores e dava resposta às necessidades mais autênticas que tinham. Quando encontrou a viúva de Naim que levava o seu único filho a sepultar, sentiu grande compaixão pela dor imensa daquela mãe em lágrimas e entregou-lhe de novo o filho, ressuscitando-o da morte (cf. Lc 7, 15). Depois de ter libertado o endemoninhado de Gerasa, confia-lhe esta missão: « Conta tudo o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti » (Mc 5, 19). A própria vocação de Mateus se insere no horizonte da misericórdia. Ao passar diante do posto de cobrança dos impostos, os olhos de Jesus fixaram-se nos de Mateus. Era um olhar cheio de misericórdia que perdoava os pecados daquele homem e, vencendo as resistências dos outros discípulos, escolheu-o, a ele pecador e publicano, para se tornar um dos Doze. São Beda o Venerável, ao comentar esta cena do Evangelho, escreveu que Jesus olhou Mateus com amor misericordioso e escolheu-o: miserando atque eligendo. [7] Sempre me causou impressão esta frase, a ponto de a tomar para meu lema.
9. Nas parábolas dedicadas à misericórdia, Jesus revela a natureza de Deus como a dum Pai que nunca se dá por vencido enquanto não tiver dissolvido o pecado e superada a recusa com a compaixão e a misericórdia. Conhecemos estas parábolas, três em especial: as da ovelha extraviada e da moeda perdida, e a do pai com os seus dois filhos (cf. Lc 15, 1-32). Nestas parábolas, Deus é apresentado sempre cheio de alegria, sobretudo quando perdoa. Nelas, encontramos o núcleo do Evangelho e da nossa fé, porque a misericórdia é apresentada como a força que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão.
Temos depois outra parábola da qual tiramos uma lição para o nosso estilo de vida cristã. Interpelado pela pergunta de Pedro sobre quantas vezes fosse necessário perdoar, Jesus respondeu: « Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete » (Mt 18, 22) e contou a parábola do « servo sem compaixão ». Este, convidado pelo senhor a devolver uma grande quantia, suplica-lhe de joelhos e o senhor perdoa-lhe a dívida. Mas, imediatamente depois, encontra outro servo como ele, que lhe devia poucos centésimos; este suplica-lhe de joelhos que tenha piedade, mas aquele recusa-se e fá-lo meter na prisão. Então o senhor, tendo sabido do facto, zanga-se muito e, convocando aquele servo, diz-lhe: « Não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive de ti? » (Mt 18, 33). E Jesus concluiu: « Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração » (Mt 18, 35).
A parábola contém um ensinamento profundo para cada um de nós. Jesus declara que a misericórdia não é apenas o agir do Pai, mas torna-se o critério para individuar quem são os seus verdadeiros filhos. Em suma, somos chamados a viver de misericórdia, porque, primeiro, foi usada misericórdia para connosco. O perdão das ofensas torna-se a expressão mais evidente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir. Tantas vezes, como parece difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver feliz. Acolhamos, pois, a exortação do Apóstolo: « Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento » (Ef 4, 26). E sobretudo escutemos a palavra de Jesus que colocou a misericórdia como um ideal de vida e como critério de credibilidade para a nossa fé: « Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia » (Mt 5, 7) é a bem-aventurança a que devemos inspirar-nos, com particular empenho, neste Ano Santo.
Na Sagrada Escritura, como se vê, a misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus para connosco. Ele não Se limita a afirmar o seu amor, mas torna-o visível e palpável. Aliás, o amor nunca poderia ser uma palavra abstracta. Por sua própria natureza, é vida concreta: intenções, atitudes, comportamentos que se verificam na actividade de todos os dias. A misericórdia de Deus é a sua responsabilidade por nós. Ele sente-Se responsável, isto é, deseja o nosso bem e quer ver-nos felizes, cheios de alegria e serenos. E, em sintonia com isto, se deve orientar o amor misericordioso dos cristãos. Tal como ama o Pai, assim também amam os filhos. Tal como Ele é misericordioso, assim somos chamados também nós a ser misericordiosos uns para com os outros.
10. A arquitrave que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua acção pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo. A Igreja « vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia ».[8] Talvez, demasiado tempo, nos tenhamos esquecido de apontar e viver o caminho da misericórdia. Por um lado, a tentação de pretender sempre e só a justiça fez esquecer que esta é apenas o primeiro passo, necessário e indispensável, mas a Igreja precisa de ir mais além a fim de alcançar uma meta mais alta e significativa. Por outro lado, é triste ver como a experiência do perdão na nossa cultura vai rareando cada vez mais. Em certos momentos, até a própria palavra parece desaparecer. Todavia, sem o testemunho do perdão, resta apenas uma vida infecunda e estéril, como se se vivesse num deserto desolador. Chegou de novo, para a Igreja, o tempo de assumir o anúncio jubiloso do perdão. É o tempo de regresso ao essencial, para cuidar das fraquezas e dificuldades dos nossos irmãos. O perdão é uma força que ressuscita para nova vida e infunde a coragem para olhar o futuro com esperança.
11. Não podemos esquecer o grande ensinamento que ofereceu São João Paulo II com a sua segunda encíclica, a Dives in misericordia, que então surgiu inesperada suscitando a surpresa de muitos pelo tema que era abordado. Desejo recordar especialmente dois trechos. No primeiro deles, o Santo Papa assinalava o esquecimento em que caíra o tema da misericórdia na cultura dos nossos dias: « A mentalidade contemporânea, talvez mais que a do homem do passado, parece opor-se ao Deus de misericórdia e, além disso, tende a separar da vida e a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia. A palavra e o conceito de misericórdia parecem causar mal-estar ao homem, o qual, graças ao enorme desenvolvimento da ciência e da técnica nunca antes verificado na história, se tornou senhor da terra, a subjugou e a dominou (cf. Gn 1, 28). Um tal domínio sobre a terra, entendido por vezes unilateral e superficialmente, parece não deixar espaço para a misericórdia. (...) Por esse motivo, na hodierna situação da Igreja e do mundo, muitos homens e muitos ambientes guiados por um vivo sentido de fé, voltam-se quase espontaneamente, por assim dizer, para a misericórdia de Deus ».[9]
Além disso, São João Paulo II motivava assim a urgência de anunciar e testemunhar a misericórdia no mundo contemporâneo: « Ela é ditada pelo amor para com o homem, para com tudo o que é humano e que, segundo a intuição de grande parte dos contemporâneos, está ameaçado por um perigo imenso. O próprio mistério de Cristo (...) obriga-me igualmente a proclamar a misericórdia como amor misericordioso de Deus, revelada também no mistério de Cristo. Ele me impele ainda a apelar para esta misericórdia e a implorá-la nesta fase difícil e crítica da história da Igreja e do mundo ».[10] Tal ensinamento é hoje mais actual do que nunca e merece ser retomado neste Ano Santo. Acolhamos novamente as suas palavras: « A Igreja vive uma vida autêntica quando professa e proclama a misericórdia, o mais admirável atributo do Criador e do Redentor, e quando aproxima os homens das fontes da misericórdia do Salvador, das quais ela é depositária e dispensadora ».[11]
12. A Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa. A Esposa de Cristo assume o comportamento do Filho de Deus, que vai ao encontro de todos sem excluir ninguém. No nosso tempo, em que a Igreja está comprometida na nova evangelização, o tema da misericórdia exige ser reproposto com novo entusiasmo e uma acção pastoral renovada. É determinante para a Igreja e para a credibilidade do seu anúncio que viva e testemunhe, ela mesma, a misericórdia. A sua linguagem e os seus gestos, para penetrarem no coração das pessoas e desafiá-las a encontrar novamente a estrada para regressar ao Pai, devem irradiar misericórdia.
A primeira verdade da Igreja é o amor de Cristo. E, deste amor que vai até ao perdão e ao dom de si mesmo, a Igreja faz-se serva e mediadora junto dos homens. Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos – em suma, onde houver cristãos –, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia.
13. Queremos viver este Ano Jubilar à luz desta palavra do Senhor: Misericordiosos como o Pai. O evangelista refere o ensinamento de Jesus, que diz: « Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso » (Lc 6, 36). É um programa de vida tão empenhativo como rico de alegria e paz. O imperativo de Jesus é dirigido a quantos ouvem a sua voz (cf. Lc 6, 27). Portanto, para ser capazes de misericórdia, devemos primeiro pôr-nos à escuta da Palavra de Deus. Isso significa recuperar o valor do silêncio, para meditar a Palavra que nos é dirigida. Deste modo, é possível contemplar a misericórdia de Deus e assumi-la como próprio estilo de vida.
14. A peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, enquanto ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência. A vida é uma peregrinação e o ser humano é viator, um peregrino que percorre uma estrada até à meta anelada. Também para chegar à Porta Santa, tanto em Roma como em cada um dos outros lugares, cada pessoa deverá fazer, segundo as próprias forças, uma peregrinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício. Por isso, a peregrinação há-de servir de estímulo à conversão: ao atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de Deus e comprometer-nos-emos a ser misericordiosos com os outros como o Pai o é connosco.
O Senhor Jesus indica as etapas da peregrinação através das quais é possível atingir esta meta: « Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço. A medida que usardes com os outros será usada convosco » (Lc 6, 37-38). Ele começa por dizer para não julgar nem condenar. Se uma pessoa não quer incorrer no juízo de Deus, não pode tornar-se juiz do seu irmão. É que os homens, no seu juízo, limitam-se a ler a superfície, enquanto o Pai vê o íntimo. Que grande mal fazem as palavras, quando são movidas por sentimentos de ciúme e inveja! Falar mal do irmão, na sua ausência, equivale a deixá-lo mal visto, a comprometer a sua reputação e deixá-lo à mercê das murmurações. Não julgar nem condenar significa, positivamente, saber individuar o que há de bom em cada pessoa e não permitir que venha a sofrer pelo nosso juízo parcial e a nossa pretensão de saber tudo. Mas isto ainda não é suficiente para se exprimir a misericórdia. Jesus pede também para perdoar e dar. Ser instrumentos do perdão, porque primeiro o obtivemos nós de Deus. Ser generosos para com todos, sabendo que também Deus derrama a sua benevolência sobre nós com grande magnanimidade.
Misericordiosos como o Pai é, pois, o « lema » do Ano Santo. Na misericórdia, temos a prova de como Deus ama. Ele dá tudo de Si mesmo, para sempre, gratuitamente e sem pedir nada em troca. Vem em nosso auxílio, quando O invocamos. É significativo que a oração diária da Igreja comece com estas palavras: « Deus, vinde em nosso auxílio! Senhor, socorrei-nos e salvai-nos » (Sal 70/69, 2). O auxílio que invocamos é já o primeiro passo da misericórdia de Deus para connosco. Ele vem para nos salvar da condição de fraqueza em que vivemos. E a ajuda d’Ele consiste em fazer-nos sentir a sua presença e proximidade. Dia após dia, tocados pela sua compaixão, podemos também nós tornar-nos compassivos para com todos.
15. Neste Ano Santo, poderemos fazer a experiência de abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática. Quantas situações de precariedade e sofrimento presentes no mundo actual! Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos. Neste Jubileu, a Igreja sentir-se-á chamada ainda mais a cuidar destas feridas, aliviá-las com o óleo da consolação, enfaixá-las com a misericórdia e tratá-las com a solidariedade e a atenção devidas. Não nos deixemos cair na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói. Abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda. As nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo.
Não podemos escapar às palavras do Senhor, com base nas quais seremos julgados: se demos de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede; se acolhemos o estrangeiro e vestimos quem está nu; se reservamos tempo para visitar quem está doente e preso (cf. Mt 25, 31-45). De igual modo ser-nos-á perguntado se ajudamos a tirar da dúvida, que faz cair no medo e muitas vezes é fonte de solidão; se fomos capazes de vencer a ignorância em que vivem milhões de pessoas, sobretudo as crianças desprovidas da ajuda necessária para se resgatarem da pobreza; se nos detivemos junto de quem está sozinho e aflito; se perdoamos a quem nos ofende e rejeitamos todas as formas de ressentimento e ódio que levam à violência; se tivemos paciência, a exemplo de Deus que é tão paciente connosco; enfim se, na oração, confiamos ao Senhor os nossos irmãos e irmãs. Em cada um destes « mais pequeninos », está presente o próprio Cristo. A sua carne torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga ... a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós. Não esqueçamos as palavras de São João da Cruz: « Ao entardecer desta vida, examinar-nos-ão no amor ».[12]
16. No Evangelho de Lucas, encontramos outro aspecto importante para viver, com fé, o Jubileu. Conta o evangelista que Jesus voltou a Nazaré e ao sábado, como era seu costume, entrou na sinagoga. Chamaram-No para ler a Escritura e comentá-la. A passagem era aquela do profeta Isaías onde está escrito: « O espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu: enviou-me para levar a boa-nova aos que sofrem, para curar os desesperados, para anunciar a libertação aos exilados e a liberdade aos prisioneiros; para proclamar um ano de misericórdia do Senhor » (61,1-2). « Um ano de misericórdia »: isto é o que o Senhor anuncia e que nós desejamos viver. Este Ano Santo traz consigo a riqueza da missão de Jesus que ressoa nas palavras do Profeta: levar uma palavra e um gesto de consolação aos pobres, anunciar a libertação a quantos são prisioneiros das novas escravidões da sociedade contemporânea, devolver a vista a quem já não consegue ver porque vive curvado sobre si mesmo, e restituir dignidade àqueles que dela se viram privados. A pregação de Jesus torna-se novamente visível nas respostas de fé que o testemunho dos cristãos é chamado a dar. Acompanhem-nos as palavras do Apóstolo: « Quem pratica a misericórdia, faça-o com alegria » (Rm 12, 8).
17. A Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus. Quantas páginas da Sagrada Escritura se podem meditar, nas semanas da Quaresma, para redescobrir o rosto misericordioso do Pai! Com as palavras do profeta Miqueias, podemos também nós repetir: Vós, Senhor, sois um Deus que tira a iniquidade e perdoa o pecado, que não Se obstina na ira mas Se compraz em usar de misericórdia. Vós, Senhor, voltareis para nós e tereis compaixão do vosso povo. Apagareis as nossas iniquidades e lançareis ao fundo do mar todos os nossos pecados (cf. 7, 18-19).
As páginas do profeta Isaías poderão ser meditadas, de forma mais concreta, neste tempo de oração, jejum e caridade. « O jejum que me agrada é este: libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opressão, repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus e não desprezar o teu irmão. Então, a tua luz surgirá como a aurora, e as tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se. A tua justiça irá à tua frente, e a glória do Senhor atrás de ti. Então invocarás o Senhor e Ele te atenderá, pedirás auxílio e te dirá: “Aqui estou!” Se retirares da tua vida toda a opressão, o gesto ameaçador e o falar ofensivo, se repartires o teu pão com o faminto e matares a fome ao pobre, a tua luz brilhará na escuridão, e as tuas trevas tornar-se-ão como o meio-dia. O Senhor te guiará constantemente, saciará a tua alma no árido deserto, dará vigor aos teus ossos. Serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas inesgotáveis » (58, 6-11).
A iniciativa « 24 horas para o Senhor », que será celebrada na sexta-feira e no sábado anteriores ao IV Domingo da Quaresma, deve ser incrementada nas dioceses. Há muitas pessoas – e, em grande número, jovens – que estão a aproximar-se do sacramento da Reconciliação e que frequentemente, nesta experiência, reencontram o caminho para voltar ao Senhor, viver um momento de intensa oração e redescobrir o sentido da sua vida. Com convicção, ponhamos novamente no centro o sacramento da Reconciliação, porque permite tocar sensivelmente a grandeza da misericórdia. Será, para cada penitente, fonte de verdadeira paz interior.
Não me cansarei jamais de insistir com os confessores para que sejam um verdadeiro sinal da misericórdia do Pai. Ser confessor não se improvisa. Tornamo-nos tal quando começamos, nós mesmos, por nos fazer penitentes em busca do perdão. Nunca esqueçamos que ser confessor significa participar da mesma missão de Jesus e ser sinal concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e salva. Cada um de nós recebeu o dom do Espírito Santo para o perdão dos pecados; disto somos responsáveis. Nenhum de nós é senhor do sacramento, mas apenas servo fiel do perdão de Deus. Cada confessor deverá acolher os fiéis como o pai na parábola do filho pródigo: um pai que corre ao encontro do filho, apesar de lhe ter dissipado os bens. Os confessores são chamados a estreitar a si aquele filho arrependido que volta a casa e a exprimir a alegria por o ter reencontrado. Não nos cansemos de ir também ao encontro do outro filho, que ficou fora incapaz de se alegrar, para lhe explicar que o seu juízo severo é injusto e sem sentido diante da misericórdia do Pai que não tem limites. Não hão-de fazer perguntas impertinentes, mas como o pai da parábola interromperão o discurso preparado pelo filho pródigo, porque saberão individuar, no coração de cada penitente, a invocação de ajuda e o pedido de perdão. Em suma, os confessores são chamados a ser sempre e por todo o lado, em cada situação e apesar de tudo, o sinal do primado da misericórdia.
18. Na Quaresma deste Ano Santo, é minha intenção enviar os Missionários da Misericórdia. Serão um sinal da solicitude materna da Igreja pelo povo de Deus, para que entre em profundidade na riqueza deste mistério tão fundamental para a fé. Serão sacerdotes a quem darei autoridade de perdoar mesmo os pecados reservados à Sé Apostólica, para que se torne evidente a amplitude do seu mandato. Serão sobretudo sinal vivo de como o Pai acolhe a todos aqueles que andam à procura do seu perdão. Serão missionários da misericórdia, porque se farão, junto de todos, artífices dum encontro cheio de humanidade, fonte de libertação, rico de responsabilidade para superar os obstáculos e retomar a vida nova do Baptismo. Na sua missão, deixar-se-ão guiar pelas palavras do Apóstolo: « Deus encerrou a todos na desobediência, para com todos usar de misericórdia » (Rm 11, 32). Na verdade todos, sem excluir ninguém, estão chamados a acolher o apelo à misericórdia. Os missionários vivam esta chamada, sabendo que podem fixar o olhar em Jesus, « Sumo Sacerdote misericordioso e fiel » (Hb 2, 17).
Peço aos irmãos bispos que convidem e acolham estes Missionários, para que sejam, antes de tudo, pregadores convincentes da misericórdia. Organizem-se, nas dioceses, « missões populares », de modo que estes Missionários sejam anunciadores da alegria do perdão. Seja-lhes pedido que celebrem o sacramento da Reconciliação para o povo, para que o tempo de graça, concedido neste Ano Jubilar, permita a tantos filhos afastados encontrar de novo o caminho para a casa paterna. Os pastores, especialmente durante o tempo forte da Quaresma, sejam solícitos em convidar os fiéis a aproximar-se « do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça » (Hb 4, 16).
19. Que a palavra do perdão possa chegar a todos e a chamada para experimentar a misericórdia não deixe ninguém indiferente. O meu convite à conversão dirige-se, com insistência ainda maior, àquelas pessoas que estão longe da graça de Deus pela sua conduta de vida. Penso de modo particular nos homens e mulheres que pertencem a um grupo criminoso, seja ele qual for. Para vosso bem, peço-vos que mudeis de vida. Peço-vo-lo em nome do Filho de Deus que, embora combatendo o pecado, nunca rejeitou qualquer pecador. Não caiais na terrível cilada de pensar que a vida depende do dinheiro e que, à vista dele, tudo o mais se torna desprovido de valor e dignidade. Não passa de uma ilusão. Não levamos o dinheiro connosco para o além. O dinheiro não nos dá a verdadeira felicidade. A violência usada para acumular dinheiro que transuda sangue não nos torna poderosos nem imortais. Para todos, mais cedo ou mais tarde, vem o juízo de Deus, do qual ninguém pode escapar.
O mesmo convite chegue também às pessoas fautoras ou cúmplices de corrupção. Esta praga putrefacta da sociedade é um pecado grave que brada aos céus, porque mina as próprias bases da vida pessoal e social. A corrupção impede de olhar para o futuro com esperança, porque, com a sua prepotência e avidez, destrói os projectos dos fracos e esmaga os mais pobres. É um mal que se esconde nos gestos diários para se estender depois aos escândalos públicos. A corrupção é uma contumácia no pecado, que pretende substituir Deus com a ilusão do dinheiro como forma de poder. É uma obra das trevas, alimentada pela suspeita e a intriga. Corruptio optimi pessima: dizia, com razão, São Gregório Magno, querendo indicar que ninguém pode sentir-se imune desta tentação. Para a erradicar da vida pessoal e social são necessárias prudência, vigilância, lealdade, transparência, juntamente com a coragem da denúncia. Se não se combate abertamente, mais cedo ou mais tarde torna-nos cúmplices e destrói-nos a vida.
Este é o momento favorável para mudar de vida! Este é o tempo de se deixar tocar o coração. Diante do mal cometido, mesmo crimes graves, é o momento de ouvir o pranto das pessoas inocentes espoliadas dos bens, da dignidade, dos afectos, da própria vida. Permanecer no caminho do mal é fonte apenas de ilusão e tristeza. A verdadeira vida é outra coisa. Deus não se cansa de estender a mão. Está sempre disposto a ouvir, e eu também estou, tal como os meus irmãos bispos e sacerdotes. Basta acolher o convite à conversão e submeter-se à justiça, enquanto a Igreja oferece a misericórdia.
20. Neste contexto, não será inútil recordar a relação entre justiça e misericórdia. Não são dois aspectos em contraste entre si, mas duas dimensões duma única realidade que se desenvolve gradualmente até atingir o seu clímax na plenitude do amor. A justiça é um conceito fundamental para a sociedade civil, normalmente quando se faz referimento a uma ordem jurídica através da qual se aplica a lei. Por justiça entende-se também que a cada um deve ser dado o que lhe é devido. Na Bíblia, alude-se muitas vezes à justiça divina, e a Deus como juiz. Habitualmente é entendida como a observância integral da Lei e o comportamento de todo o bom judeu conforme aos mandamentos dados por Deus. Esta visão, porém, levou não poucas vezes a cair no legalismo, mistificando o sentido original e obscurecendo o valor profundo que a justiça possui. Para superar a perspectiva legalista, seria preciso lembrar que, na Sagrada Escritura, a justiça é concebida essencialmente como um abandonar-se confiante à vontade de Deus.
Por sua vez, Jesus fala mais vezes da importância da fé que da observância da lei. É neste sentido que devemos compreender as suas palavras, quando, encontrando-Se à mesa com Mateus e outros publicanos e pecadores, disse aos fariseus que O acusavam por isso mesmo: « Ide aprender o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores » (Mt 9, 13). Diante da visão duma justiça como mera observância da lei, que julga dividindo as pessoas em justos e pecadores, Jesus procura mostrar o grande dom da misericórdia que busca os pecadores para lhes oferecer o perdão e a salvação. Compreende-se que Jesus, por causa desta sua visão tão libertadora e fonte de renovação, tenha sido rejeitado pelos fariseus e os doutores da lei. Estes, para ser fiéis à lei, limitavam-se a colocar pesos sobre os ombros das pessoas, anulando porém a misericórdia do Pai. O apelo à observância da lei não pode obstaculizar a atenção às necessidades que afectam a dignidade das pessoas.
A propósito, é muito significativo o apelo que Jesus faz ao texto do profeta Oseias: « Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios » (6, 6). Jesus afirma que, a partir de agora, a regra de vida dos seus discípulos deverá ser aquela que prevê o primado da misericórdia, como Ele mesmo dá testemunho partilhando a refeição com os pecadores. A misericórdia revela-se, mais uma vez, como dimensão fundamental da missão de Jesus. É um verdadeiro desafio posto aos seus interlocutores, que se contentavam com o respeito formal da lei. Jesus, pelo contrário, vai além da lei, a sua partilha da mesa com aqueles que a lei considerava pecadores permite compreender até onde chega a sua misericórdia.
Também o apóstolo Paulo fez um percurso semelhante. Antes de encontrar Cristo no caminho de Damasco, a sua vida era dedicada a servir de maneira irrepreensível a justiça da lei (cf. Fl 3, 6). A conversão a Cristo levou-o a inverter a sua visão, a ponto de afirmar na Carta aos Gálatas: « Também nós acreditámos em Cristo Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da lei » (2, 16). A sua compreensão da justiça muda radicalmente: Paulo agora põe no primeiro lugar a fé, e já não a lei. Não é a observância da lei que salva, mas a fé em Jesus Cristo, que, pela sua morte e ressurreição, traz a salvação com a misericórdia que justifica. A justiça de Deus torna-se agora a libertação para quantos estão oprimidos pela escravidão do pecado e todas as suas consequências. A justiça de Deus é o seu perdão (cf. Sl 51/50, 11-16).
21. A misericórdia não é contrária à justiça, mas exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar. A experiência do profeta Oseias ajuda-nos, mostrando-nos a superação da justiça na linha da misericórdia. A época em que viveu este profeta conta-se entre as mais dramáticas da história do povo judeu. O Reino está próximo da destruição; o povo não permaneceu fiel à aliança, afastou-se de Deus e perdeu a fé dos pais. Segundo uma lógica humana, é justo que Deus pense em rejeitar o povo infiel: não observou o pacto estipulado e, consequentemente, merece a devida pena, ou seja, o exílio. Assim o atestam as palavras do profeta: « Não voltará para o Egipto, mas a Assíria será o seu rei, porque recusaram converter-se » (Os 11, 5). E todavia, depois desta reacção que faz apelo à justiça, o profeta muda radicalmente a sua linguagem e revela o verdadeiro rosto de Deus: « O meu coração dá voltas dentro de mim, comovem-se as minhas entranhas. Não desafogarei o furor da minha cólera, não voltarei a destruir Efraim; porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti e não me deixo levar pela ira » (11, 8-9). Santo Agostinho, de certo modo comentando as palavras do profeta, diz: « É mais fácil que Deus contenha a ira do que a misericórdia ».[13] É mesmo assim! A ira de Deus dura um instante, ao passo que a sua misericórdia é eterna.
Se Deus Se detivesse na justiça, deixaria de ser Deus; seria como todos os homens que clamam pelo respeito da lei. A justiça por si só não é suficiente, e a experiência mostra que, limitando-se a apelar para ela, corre-se o risco de a destruir. Por isso Deus, com a misericórdia e o perdão, passa além da justiça. Isto não significa desvalorizar a justiça ou torná-la supérflua. Antes pelo contrário! Quem erra, deve descontar a pena; só que isto não é o fim, mas o início da conversão, porque se experimenta a ternura do perdão. Deus não rejeita a justiça. Ele engloba-a e supera-a num evento superior onde se experimenta o amor, que está na base duma verdadeira justiça. Devemos prestar muita atenção àquilo que escreve Paulo, para não cair no mesmo erro que o apóstolo censurava nos judeus seus contemporâneos: « Por não terem reconhecido a justiça que vem de Deus e terem procurado estabelecer a sua própria justiça, não se submeteram à justiça de Deus. É que o fim da Lei é Cristo, para que, deste modo, a justiça seja concedida a todo o que tem fé » (Rm 10, 3-4). Esta justiça de Deus é a misericórdia concedida a todos como graça, em virtude da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Portanto a Cruz de Cristo é o juízo de Deus sobre todos nós e sobre o mundo, porque nos oferece a certeza do amor e da vida nova.
22. O Jubileu inclui também o referimento à indulgência. Esta, no Ano Santo da Misericórdia, adquire uma relevância particular. O perdão de Deus para os nossos pecados não conhece limites. Na morte e ressurreição de Jesus Cristo, Deus torna evidente este seu amor que chega ao ponto de destruir o pecado dos homens. É possível deixar-se reconciliar com Deus através do mistério pascal e da mediação da Igreja. Por isso, Deus está sempre disponível para o perdão, não Se cansando de o oferecer de maneira sempre nova e inesperada. No entanto todos nós fazemos experiência do pecado. Sabemos que somos chamados à perfeição (cf. Mt 5, 48), mas sentimos fortemente o peso do pecado. Ao mesmo tempo que notamos o poder da graça que nos transforma, experimentamos também a força do pecado que nos condiciona. Apesar do perdão, carregamos na nossa vida as contradições que são consequência dos nossos pecados. No sacramento da Reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanece. A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso. Ela torna-se indulgência do Pai que, através da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e liberta-o de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado.
A Igreja vive a comunhão dos Santos. Na Eucaristia, esta comunhão, que é dom de Deus, realiza-se como união espiritual que nos une, a nós crentes, com os Santos e Beatos cujo número é incalculável (Ap 7, 4). A sua santidade vem em ajuda da nossa fragilidade, e assim a Mãe-Igreja, com a sua oração e a sua vida, é capaz de acudir à fraqueza de uns com a santidade de outros. Portanto viver a indulgência no Ano Santo significa aproximar-se da misericórdia do Pai, com a certeza de que o seu perdão cobre toda a vida do crente. A indulgência é experimentar a santidade da Igreja que participa em todos os benefícios da redenção de Cristo, para que o perdão se estenda até às últimas consequências aonde chega o amor de Deus. Vivamos intensamente o Jubileu, pedindo ao Pai o perdão dos pecados e a indulgência misericordiosa em toda a sua extensão.
23. A misericórdia possui uma valência que ultrapassa as fronteiras da Igreja. Ela relaciona-nos com o judaísmo e o islamismo, que a consideram um dos atributos mais marcantes de Deus. Israel foi o primeiro que recebeu esta revelação, permanecendo esta na história como o início duma riqueza incomensurável para oferecer à humanidade inteira. Como vimos, as páginas do Antigo Testamento estão permeadas de misericórdia, porque narram as obras que o Senhor realizou em favor do seu povo, nos momentos mais difíceis da sua história. O islamismo, por sua vez, coloca entre os nomes dados ao Criador o de Misericordioso e Clemente. Esta invocação aparece com frequência nos lábios dos fiéis muçulmanos, que se sentem acompanhados e sustentados pela misericórdia na sua fraqueza diária. Também eles acreditam que ninguém pode pôr limites à misericórdia divina, porque as suas portas estão sempre abertas.
Possa este Ano Jubilar, vivido na misericórdia, favorecer o encontro com estas religiões e com as outras nobres tradições religiosas; que ele nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e discriminação.
24. O pensamento volta-se agora para a Mãe da Misericórdia. A doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo, para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus. Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne. A Mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério do seu amor.
Escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus, Maria foi preparada desde sempre, pelo amor do Pai, para ser Arca da Aliança entre Deus e os homens. Guardou, no seu coração, a misericórdia divina em perfeita sintonia com o seu Filho Jesus. O seu cântico de louvor, no limiar da casa de Isabel, foi dedicado à misericórdia que se estende « de geração em geração » (Lc 1, 50). Também nós estávamos presentes naquelas palavras proféticas da Virgem Maria. Isto servir-nos-á de conforto e apoio no momento de atravessarmos a Porta Santa para experimentar os frutos da misericórdia divina.
Ao pé da cruz, Maria, juntamente com João, o discípulo do amor, é testemunha das palavras de perdão que saem dos lábios de Jesus. O perdão supremo oferecido a quem O crucificou, mostra-nos até onde pode chegar a misericórdia de Deus. Maria atesta que a misericórdia do Filho de Deus não conhece limites e alcança a todos, sem excluir ninguém. Dirijamos-Lhe a oração, antiga e sempre nova, da Salve Rainha, pedindo-Lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos misericordiosos e nos faça dignos de contemplar o rosto da misericórdia, seu Filho Jesus.
E a nossa oração estenda-se também a tantos Santos e Beatos que fizeram da misericórdia a sua missão vital. Em particular, o pensamento volta-se para a grande apóstola da Misericórdia, Santa Faustina Kowalska. Ela, que foi chamada a entrar nas profundezas da misericórdia divina, interceda por nós e nos obtenha a graça de viver e caminhar sempre no perdão de Deus e na confiança inabalável do seu amor.
25. Será, portanto, um Ano Santo extraordinário para viver, na existência de cada dia, a misericórdia que o Pai, desde sempre, estende sobre nós. Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por Deus. Ele nunca Se cansa de escancarar a porta do seu coração, para repetir que nos ama e deseja partilhar connosco a sua vida. A Igreja sente, fortemente, a urgência de anunciar a misericórdia de Deus. A sua vida é autêntica e credível, quando faz da misericórdia seu convicto anúncio. Sabe que a sua missão primeira, sobretudo numa época como a nossa cheia de grandes esperanças e fortes contradições, é a de introduzir a todos no grande mistério da misericórdia de Deus, contemplando o rosto de Cristo. A Igreja é chamada, em primeiro lugar, a ser verdadeira testemunha da misericórdia, professando-a e vivendo-a como o centro da Revelação de Jesus Cristo. Do coração da Trindade, do íntimo mais profundo do mistério de Deus, brota e flui incessantemente a grande torrente da misericórdia. Esta fonte nunca poderá esgotar-se, por maior que seja o número daqueles que dela se abeirem. Sempre que alguém tiver necessidade poderá aceder a ela, porque a misericórdia de Deus não tem fim. Quanto insondável é a profundidade do mistério que encerra, tanto é inesgotável a riqueza que dela provém.
Neste Ano Jubilar, que a Igreja se faça eco da Palavra de Deus que ressoa, forte e convincente, como uma palavra e um gesto de perdão, apoio, ajuda, amor. Que ela nunca se canse de oferecer misericórdia e seja sempre paciente a confortar e perdoar. Que a Igreja se faça voz de cada homem e mulher e repita com confiança e sem cessar: « Lembra-te, Senhor, da tua misericórdia e do teu amor, pois eles existem desde sempre » (Sl 25/24, 6).
Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 11 de Abril – véspera do II Domingo de Páscoa ou  da Divina Misericórdia – do Ano do Senhor de 2015, o terceiro de pontificado.