Maria de Nazaré
Quando se olha para a história da
humanidade e se encontra todo o apogeu e a influência política, cultural
e jurídica do Império Romano sob o governo dos Césares, é muito raro
nos livros didáticos, e até mesmo nas pesquisas científicas, a menção do
povoado de Nazaré.
Naquela época – até mesmo no mundo
contemporâneo – poucos são os estudiosos dedicados ao exame e à análise
do que sucede em pequenas localidades geograficamente delimitadas e
sócio-economicamente pouco relevantes.
Nazaré era assim! Até mesmo para quem
conhecia esse pequeno local onde viveu a Sagrada Família tinha-se a seu
respeito um juízo depreciativo: “De Nazaré pode sair coisa boa?” (cf. Jo
1, 46). Na imensidão do Império Romano havia esse ponto geográfico
minúsculo, situado no território da Galileia, numa região inóspita, e
até mesmo, insignificante dentro de Israel.
Entretanto em Nazaré viveu e cresceu Maria, a mãe de Deus encarnado, o Filho de Deus Vivo e São José.
Nessa aldeia, sem destaque
sócio-econômico, o Verbo de Deus se fez homem, habitou entre os homens.
Uma criança foi concebida no seio de uma jovem mulher prometida, em
casamento, a um jovem carpinteiro. Em Belém nasceu, no interior de uma
gruta, no Egito viveu alguns anos, e a maior parte da sua existência,
conviveu com os habitantes dessa aldeia, até que se tornou conhecido
como o Nazareno.
O Autor da Vida veio ao mundo para dar a
vida em abundância a todos que n’Ele acreditaram, e a primeira pessoa
que teve fé e essa vida abundante foi Maria, sua Mãe.
Nossa Senhora de Nazaré é a Mãe do Autor
da Vida, é a Mulher que concebeu a vida humana do Filho eterno do Pai, é
a jovem que viveu a sua gravidez com alegria e gratidão.
A maternidade de Maria de Nazaré tem uma
singularidade única, tem também uma exemplaridade sublime, e todas as
mulheres que sabem acolher a dimensão maternal, apesar de todos os
sacrifícios e dificuldades que existam nas suas vidas, encontrarão na
Mãe de Jesus uma ajuda e um novo ânimo..
Para Maria de Nazaré ser Mãe transcende a dimensão biológica-psicológica.
Ser Mãe para esta mulher, habitante de
uma minúscula aldeia de um império sem fronteiras, era, e continua
sendo, uma revelação de dois grandes direitos humanos, que alicerçam
toda a sociedade: Ser pais e ser filhos!
A paternidade-maternidade é um direito,
que não pode ficar só à mercê das leis humanas, nem tampouco sofrer as
pressões exercidas por determinados grupos marcados por ideologias de
evidente caráter utilitarista e econômico.
Ser pai e ser mãe é um direito humano,
que cria a condição para que a família e a sociedade tenham sua função
educadora e vivam de mãos dadas para a construção de um mundo melhor e
mais evoluído.
Consequentemente, ser filhos é, possuir
desde a sua concepção, o direito de escrever uma história de cooperação
mútua com seus pais, dando as mãos aos seus irmãos para serem arquitetos
de um futuro de paz e de justiça social.
Em vista de todos esses benefícios
compreende-se melhor a força de expressão presente naquela resposta dada
por Maria de Nazaré no momento da Anunciação: “Faça-se em mim, segundo a
sua vontade”.
A vontade de Deus Uno e Trino é que o
mundo seja assim mais humano, mais justo; seja mais família, seja mais
habitável por pessoas irmanadas no bem e na paz. Que todos os católicos,
que todas as pessoas de boa vontade, entendam e defendam a maternidade
como um direito fundamental das mulheres, como um bem para elas e um
rico tesouro para a família humana!
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