O Papa levará uma mensagem de paz, reconciliação e de fraternidade nas relações ecumênicas e inter-religiosas.
A viagem do Papa Francisco à Terra Santa, programada para os dias 24 a
26 deste mês, trará novos caminhos para o ecumenismo. É o que destaca o
presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos
Cristãos, Cardeal Kurt Koch.
O Cardeal, em entrevista à equipe da Rádio Vaticano em italiano, falou sobre os pontos significativos desta visita.
Cardeal Kurt Koch: O ponto de partida para esta
visita foi a comemoração do primeiro encontro entre o Patriarca
Atenágoras e o Papa Paulo VI, há 50 anos, em Jerusalém: foi o primeiro
encontro após muito, muito tempo, e foi o início do diálogo. E com o
encontro entre os atuais representantes da Igreja – o Papa Francisco e o
Patriarca Bartolomeu I – espero que as boas relações que experimentamos
nestes 50 anos possam ser ulteriormente aprofundadas para dar outros
passos no futuro.
Pergunta: Podemos esperar algum passo concreto, ou se trata de algo que se dá, sobretudo, de modo “simbólico”?
Cardeal Kurt Koch: Creio que se trate
substancialmente de um nível simbólico, mas no campo do ecumenismo o
nível simbólico é muito importante! Fazemos uma distinção entre o
diálogo do amor e o diálogo da verdade, e o diálogo da verdade sobre
questões teológicas não é muito simples; mas ele não funciona sem o
diálogo do amor e nesse sentido, esse encontro representa um evento
muito importante!”
Pergunta: Do ponto de vista ecumênico, o que o Papa leva à Terra Santa?
Cardeal Kurt Koch: Sobretudo, o Papa leva a si mesmo
e sua mensagem, e essa é uma mensagem de paz e de reconciliação e de
fraternidade nas relações ecumênicas.
Pergunta: O senhor é responsável pelo dicastério
vaticano que se ocupa da promoção da unidade dos cristãos, mas é também
de sua competência o diálogo com os judeus: quais são, neste campo, as
esperanças colocadas nesta visita?
Cardeal Kurt Koch: Os encontros com os judeus e com
os representantes de Israel se dão em dois níveis. Por um lado, os
encontros com os representantes do Estado – o presidente, o
primeiro-ministro e as autoridades do Estado – que têm a finalidade de
consolidar e aprofundar as relações entre Vaticano e Israel; por outro
lado, está previsto um encontro com o Grão-Rabino de Jerusalém: esse é
um dos aspectos do diálogo do qual se ocupa a nossa Comissão para as
relações religiosas com o Judaísmo. Seguramente também isso contribuirá
para o aprofundamento das relações com o Grão-Rabinato de Jerusalém.
Pergunta: A visita do Papa durará somente três dias. Portanto, um tempo breve, mas muito intenso?
Cardeal Kurt Koch: O tempo é relativamente breve,
três dias, mas na realidade tudo é muito importante e se deve ressaltar
isso. Serão três dimensões: ecumênica, no encontro com o Patriarca
Bartolomeu I e com a celebração ecumênica, durante a qual o Papa
encontrará também os outros patriarcas, o greco-ortodoxo de Jerusalém e o
Patriarca da Igreja Apostólica Armênia; depois se dará espaço ao
Judaísmo com as visitas oficiais; e além disso, naturalmente, a visita
ao Muro das Lamentações, ao Yad Vashem, a visita ao túmulo de Herzl. São
todos encontros importantes. Por fim, se terá também o encontro com o
Grão-Mufti de Jerusalém, e assim se acrescenta a dimensão
inter-religiosa, sobretudo com o Islã.
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